Alberto Ward – o uruguaio Presidente da Liga sul-americana de Basquete e Vice da Federação uruguaia

Confira agora a reportagem: Alberto Ward é o nosso destaque hoje.

PRAVDA : Faz quanto anos envolvido no basquete? É parte da herança familiar?

WARD : Com certeza, meu pai Alberto, foi jogador de basquete no Defensor, bem como o meu tio Alfredo; mais um tio com sobrenome Pierri, irmão da minha mão jogou no Sporting pedindo passe logo também para o Defensor, porém foi mais um nessa turma familiar apaixonado pelo esporte da bola laranja. Sempre envolvido com o basquete mas com uniforme de árbitro, tive mais um tio que apitou no decorrer de três decênios no basquete uruguaio, Tomás Ward. Desde o instante que consigo me lembrar de alguma coisa, essas lembranças envolvem basquete mesmo, sendo criança com apenas 5 ou 6 anos, o meu pai ainda jogava no primeiro time do Defensor. Mais logo o pai continuo no basquete nos torneio de Veteranos. No meu caso específico, comecei jogar no eixo dos 10 anos e assim que acabei de quicar a bola em campo, mergulhei nesta atividade sendo parte de Diretorias do clube do peito, até que logo veio minha fase na Federação Uruguaia de Basquete como Neutral, Membro dos Tribunais de Penas são muitos anos. Como Delegado do Defensor perante a FUBB comecei em 1984, quarto século, olha só.

P : Fora a experiência como Vice-Presidente da FUBB, ter ganho a nomeação de Vice-Presidente da Liga Sul-Americana á sua grande responsabilidade?

WARD : Com a responsabilidade de Presidente da Liga Sul-Americana foi no finalzinho de maio de 2009, a partir do Torneio Sul-Americano Júnior Sub-17 masculino de seleções que ocorreu faz alguns meses na cidade de Trinidad (Departamento de Flores – Uruguai) pois houve uma reunião da ABASU (Associação do Basquete Sul-Americano). Eu já era membro da Comissão Organizadora da Liga Sul-Americana faz uns cinco anos mas acabei ganhando posicionamento de Presidente em maio retrasado. Quanto tem a ver com a Liga, essa que acabou de encerrar semana passada foi a 15ª. edição Houve um ano sem torneio mas neste ano houveram dois torneios e desse jeito assim acabamos compensando a falta daquela edição passada. Participei das Finais, um belo torneio quadrangular e muitos disseram que acharam que o Defensor Sporting de Uruguai teria que ter ganho sua vaga nesse pequeno torneio final pois classificaram os três Campeões de Grupo além do melhor segundo dos três grupos participantes. O negócio foi que o Minas Tênis de Minas Gerais acabou acima dos bolivianos por 104 pontos então enfiou-se nas Finais. Alguns também confirmaram que o Universo do Brasil era um outro grande time mas também ficou fora. Minas Tênis acabou com o Bronze. Embora, nas tais finais acabaram participando, Quimsa de Santiago del Estero, Libertad de Sunchales e Sionista de Paraná (todos eles argentinos) e Minas Tênis. Fazendo o balanço, Quimsa que foi o organizador deste Quadrangular acabou arvorando o caneco de Campeão.

Acho bom remarcar que o funcionamento da Liga Sul-Americana é o seguinte:

Licitam-se as três sedes participantes que devem pagar 8 mil dólares americanos para serem garantidas, fora hospedagem e outras previsões financeiras típicas desses torneios. De olho na final, o «custo» da organização do Quadrangular é de vinte mil dólares americanos que neste caso como houve muita concorrência, o time de Quimsa acabou pagando no eixo dos 22 mil.

P : Da para encontrar um relacionamento entre esta Liga Sul-Americana e a Ligas das Américas na qual participam times da América toda.

WARD : Claro que mantêm contato direto, pois o Campeão da Liga Sul-Americana ganhou vaga na próxima Liga das Américas. O Quimsa vai participar á partir de 6 de Dezembro no Grupo da cidade de Córdoba na Argentina, o grupo que faz o lançamento do torneio.

P : O Senhor faz parte da Associação de Basquete Sul-Americano?

WARD : Integro não. No caso de Uruguai é o médico Luis Alberto Castillo, Presidente da Federação Uruguaia de Basquete esse que a integra com cargo de Vice-Presidente chefiando tudo quanto tem a ver com Relacionamento Internacional. ABASU quer dizer: Associação de Basquete Sul-Americano que substitui o que foi a CONSUBASQUETE (Confederação Sul-Americana de Basquete) e foi fundada acho que em abril de 2008, logo a gente te confirma.

P : Qual foi o balanço do Senhor quanto ao Pré-Mundial de Porto Rico em agosto retrasado e se houve justiça nas quatro vagas que garantiram a participação na Turquia 2010? Os Sul-Americanos tem chance no Mundial?

WARD : Vamos ver, neste tipo de torneio acabam classificando aquelas seleções com maior rotação na turma que entra em quadra. Uruguai, mais uma vez participou com sucesso nas primeiras rodadas do grupo mas a baixa rotação do time fez com que acabasse sentindo o grande esforço físico no final do torneio. Quanto á chance dos Sul-Americanos é difícil mesmo pois tem seleções muitos boas como é o caso da Espanha, Estados Unidos. Aliás, caso Brasil viajar com o time todo é um time que pode apavorar os rivais, como também acontece com Argentina. Ginóbili, quem sabe se ele viaja mas caso participarem o resto da turma dos famosos, se cuida.

P : Beto, me diga seu sentimento agora. Nos últimos anos Argentina tem ganhoa grande maioria dos confrontos perante o Brasil, porque?

WARD : Veja só, Argentina tem feito um trabalho no longo prazo com muita organização e isso se reflete nas categorias de base que na grandíssima maioria dos torneios que eles participam acabam sendo os campeões. O esquema é sempre o mesmo, Argentina e Uruguai, Argentina é Brasil, as vezes Argentina e Venezuela. Os argentinos acabam ficando sempre na liderança, com torneios nacionais internos em categoria cadetes muito importantes e os jogadores com apenas 16 anos, participam dos jogos finais com estádio lotados. Ao meu ver, a diferença dos argentinos com o resto da América acho que são os fundamentos dos jogadores, a base é tudo, sabe né?

P : Como foi que a escolha caiu no senhor? Quando acontecem os Congressos e as eleições das autoridades da LIGA SUL-AMERICANA e da ABASU?

WARD : Por enquanto, é bom salientar que a sede da ABASU é Assunção, capital paraguaia e os paraguaios estão tentando construir uma sede, pedindo apoios financeiros do Governo, fundos e financiamento para construir uma sede do lado mesmo da atual Sede da Confederação Sul-Americana de Futebol, que já é sede permanente faz tempo lá. Se o projeto acabasse concretizando seria extremamente importante para ABASU pois ter uma sede, no mínimo até agora não tínhamos conseguido. As Diretorias são eleitas a cada dois anos e trata-se de um Presidente e quatro Vice-Presidentes. Um dos Vice-Presidentes é Secretário, que é o Presidente da Confederação paraguaia, Marcelo Bedoya; um Vice-Presidente Financeiro que é o argentino Vaccaro, também Presidente da CABB (Confederação Argentina de Basquete), logo vem o nosso compatriota Luis Alberto Castillo que mexe na área de Relacionamento Internacional e Miguel Herrera que é o Presidente da Federação chilena, que fica com o Planejamento e Programação.

P : Quais são os objetivos da próxima Liga Sul-Americana de Basquete? O Senhor continua como Presidente?

WARD : Continuo sim. Na prévia quanto á Liga Sul-Americana temos vontade de montar um torneio com quatro quadrangulares e um quadrangular final mas gostamos bem mais da Idea dos jogos Play-Off do que quadrangular final. O programa das Ligas Sul-Americanas prévias foi montado sempre a partir dos Play-Off participando os oitos classificados vindos das quatro séries. As necessidades financeiras nesta oportunidade fizeram que fosse aceite esta possibilidade de Quadrangular Final pois não tem aqueles grandes traslados reunindo se todo numa sede só. Dessa forma da para licitar a sede final e sendo Play-Off não da para que ABASU arrecadasse verba nenhuma. Quanto á justiça esportiva, após os grupos do início seria uma boa jogar Play-Off só que as vezes já sabe, as necessidades financeiras falam mais alto. Na verdade, o Presidente da ABASU está trabalhando demais sendo que é o ex Presidente da Confederação Brasileira de Basquete, o Gerasime Bozikis (conhecido no ambiente como o «Grego», O próximo Campeonato Sul-Americano Masculino de Seleções Adultas que ia ocorrer em Assunção acabou de mudar de sede para Neivas na Colômbia faz duas semanas, vai deixar na conta corrente da ABASU uns 150 mil dólares americanos, e acho que é uma das primeiras oportunidades que vai se cobrar pelos Campeonatos que se organizam no Cone Sul.

P : Nos 55 anos que o Senhor completou, quais foram aqueles grandes jogadores que viu em quadra?

WARD : Me lembro do Cabrera, o argentino, Manuel Gadea e Tato López no Uruguai, alcancei assistir aos últimos jogos do Oscar Moglia na última etapa, Ubiratam no caso do Brasil. Agora temos a possibilidade de assistir muitos jogos de basquete na tevê e o Paul Gasol é ótimo, dos EUA, o Koby Bryan. Antes caso não termos jogos ao vivo não dava para acompanhar as campanhas dos jogadores. Posso me lembrar dos Sul-Americanos no Uruguai, o Campeonato do Mundo, eu estava no primeiro degrau do Ensino Secundário com apenas treze anos e não consegui assistir aos jogos pois fiquei doente. Mas me lembro que tinham vindo craques como o russo Poligodas, o Korak da Iugoslávia se não me engano, Agora no caso dos uruguaios, o que faz o Esteban Batista é fica fora de nosso padrão, Leandro García Morales, Martín Osimani, são jogadores muito bons e o Gustavo «Panchi» Barrera, vê-lo jogar com a camisa uruguaia arrepia a nossa pele pois brigamos muito para que não o «roubassem» da Espanha naturalizando-o.

P : Ainda acredita nesta geração uruguaia que participou do último Pré-Mundial em Porto Rico? Será que ela ainda tem condições de classificar o Uruguai num grande evento mundial?

WARD : Sabe o que, acredito na geração Sub-17 que participou no Sul-Americano de Flores ganhe no Pré-Mundial da categoria de San Antônio nos EUA no finalzinho de Junho, uma vaga para o Mundial.

P : Tentando aprimorar a Liga Sul-Americana, não da para organizá-la do jeito que vai se organizar o Sul-Americano masculino adulto de seleções num grupo Série A e um outro série B, de olho nessas desvantagens terríveis que acontecem com times como os bolivianos.

WARD : Nós temos como objetivos que o basquete seja jogado em cada um dos cantinhos do Continente e fosse aprimorando-se a cada dia mais. Mas temos uma realidade hoje que os times bolivianos encaram os torneios não levando-os á sério. Aconteceu ano retrasado na Série do Trouville de Montevidéu e o Flamengo, que eles não treinaram nunca, este ano viajaram sem ianques para o torneio, em um quadrangular perante um time brasileiro e um argentino.

P : Quais são os projetos para Uruguai no futuro.

WARD : O esforço que estamos fazendo é para que o basquete continue evoluindo no Uruguai todo. A Liga no Ensino Secundário está progredindo no território todo. O nosso próximo projeto é organizar um torneio nacional com as seleções dos Departamentos (Estados) , como aconteceram no passado, reunindo seleções das mesmas regiões e acabando em um quadrangular final, estamos na procura de apoios financeiros para que der para começar. Jogadores nascidos nos próprios Departamentos, com uma faixa de idade específica. Tudo á partir da Liga de Ensino Secundário que foi um projeto interessante e de olho em 2010 tentando organizar uma outra Feminina. Por tudo isso, acredito na seleção uruguaia e um próximo objetivo importante. Tomara que ainda tivermos a chance de classificar para a Turquia 2010 como convidados, tomara...acho que ainda é provável pois nossa falta esportiva lá foi por causa da falta de rotação da turma, assunto físico. Deu para concorrer com todas as seleções fora a brasileira e argentina que a classificação no último jogo já era impossível. Na hora de viajar para Porto Rico, uma vitória da República Dominicana era um muro muito alto para saltar por cima e acabaram vencendo-nos a falta de 55 segundos.

P : Achou interessante a participação do Clube Malvín no torneio Sul-Americano Feminino no Equador? Elas não ficaram vermelhões!!!

WARD : Com certeza, foi muito importante. Eles continuam trabalhando ainda hoje, não param no basquete feminino. Esse foi um dos assuntos que conversamos com a recente visita do espanhol Joaquín Brizuela. Agora o assunto é se organizar. Vamos coordenar reuniões logo com ele, vamos convidar mais duas pessoas, já tentamos nos aproximar a duas mulheres importantes no basquete uruguaio com a ex Presidenta do Clube Aguada, Cristina Rodríguez e Laura Arrieta. Elas não iam dispor de tempo para esta tarefa porém decidiram não participar neste convite. Mas vamos formar Comissões de Basquete Feminino pelos bairros, no Ensino Secundário. O interior do país vai ser extremamente importante neste projeto. Temos que cadastrar jogadoras que ainda não temos. Tomara der para participar de eventos internacionais com a seleção daqui a pouco tempo e todos aqueles times que desejarem participar no ambiente internacional vamos tentar dá-lhes apoio.

Gustavo Espiñeira

Correspondente PRAVDA.ru

Montevidéu – Uruguai

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