Nestor «CHE» García treinador argentino chefia o Biguá uruguaio rumo ao caneco do Final Four

Nestor «Che» García - Treinador argentino que no início do ano esportivo 2008-2009 segurou a barra do Biguá ( www.biguabasket.com ) do Bairro Villa Biarritz de Montevidéu – Uruguai conquistando o Torneio Sul-Americano de Guaiaquil – Equador, a fase Classificatória da Liga Uruguaia de Basquete ( www.fubb.org.uy ) e agora imagina voltar com o Final Four das Américas ( www.fibaamerica.com ) no México que da início na sexta 06 de Fevereiro de 2009 no Ninho de Xalapa.

PRAVDA : Nestor, Ainda hoje é o treinador mais novo em ter conquistado a Liga Nacional Argentina ( www.lnb.com.ar ), orgulhoso?

CHE : Fico ainda muito orgulhoso pelo fato de ter conquistado aquela LNA, mesmo que sendo ainda bastante novo com apenas 29 anos, hoje percebo que tinha ficado muito feliz mas só o transcorrer do tempo aumenta o tamanho da vitória do jeito que ela foi. Ter obtido aquele caneco foi ótimo para minha carreira pois é extremamente difícil ser um dos treinadores em ganhar uma LNA e eu consegui esse tal privilégio. Tem muito grandes treinadores que nunca conseguiram arvorar um caneco e não acabou sendo o meu caso, por isso eu valorizo.

P : Quais foram aqueles grandes destaques daquela turma?

CHE : Vamos ver...essa turma tinha o Esteban De la Fuente , o «3» da Seleção Argentina, que na minha opinião era o melhor jogador que tinha a LNA. Ele estava lotado de possibilidades, jogava quase no lugar do parquê que eu pedisse. Também tinha o Ricchiotti, que é amplamente conhecido no ambiente internacional e o «motorista» daquele time. No seu lugar a LNA tinha mais dois grandes jogadores, o Miguel Cortijo e Marcelo Milanesio. Logo o Diego Maggi, jogador da Seleção com muitos canecos no bolso. Um ianque incrível que era o Wallace Brian. Embora, o mais importante que posso te dizer daquela grande alegria, foi que no meu ver, aquele que tinha sido o grande jogador daquela LNA, foi o Ariel Bernardini que arremessava como ninguém da época do Juan Espil, com uma média de 25 pontos, ele faltando quatro jogos para o começo dos Play-off acabou estragando o calcanhar de Aquiles, porém uma lesão acabou deixando-o fora do time no instante final do torneio. Então, foi uma grande valia ter conquistado aquela LIGA sem ele no retângulo.

P : Qual foi teu espelho como treinador? O León Najnudel?

CHE : Sem dúvida, León foi uma grande referência nem só por tudo aquilo que ele conseguia transmitir senão pelo respeito pela pessoa com muita vivência, muito inteligente, muita capacidade, com personalidade. O que eu mais admirei do León foi tudo aquilo que ele tinha como objetivo, o tempo todo...houve uma coisa que eu consegui absorver não só dele senão do Julio Toro que foi um grande professor para mim, foi aquilo que ele está querendo conquistar. Na hora que tem «alguém» que consegue olhar aquilo que nós não vemos, que sonha e que acredita que a divisa entre o que a gente quer e atingir os alvos é muito pequena, isso faz com que esse «alguém» consiga o meu respeito. O León ia sempre um passo na frente do resto. Quanto ao Julio Toro, foi meu professor, foi marcante, quem me ensinou tudo mas o Héctor Santini (pai) foi quem me empurrou do fio da piscina e tive que dar aquele primeiro mergulho na água, ficando na frente de uma turma de 10 anos na hora que tinha completado 16. Esses foram minhas grandes referências na fase de treinador.

P : Esse negócio de encontrar os impossível bem mais perto que o resto, teve alguma coisa a ver com que o Biguá conseguisse o Sul-Americano de Guaiaquil com muitos sub-23 faz alguns meses e classificar logo para o Final Four numa série em Mar del Plata - Argentina perante o Peñarol anfitriã e mais um time argentino?

CHE : É o que a gente fala, os tempos vão se aproximando, todo o mundo está á par de tudo quanto acontece, se informa, se prepara. Quanto tem a ver com esportes, não tem rival fraco. Nem sei, o desenvolvimento que temos na área física, as comunicações, eu que tive o privilégio de treinar em vários «basquetes» bem diferentes, a tática, a estratégia está aí...percebe? Na hora que viajamos para o Sul-Americano de Guaiaquil, eu acreditei no trabalho feito e íamos fazer um torneio bom mas sabia que ia ser muito difícil pois não tínhamos o Mauricio «Pica» Aguiar e mais alguns jogadores . Fomos conscientes daquilo que tínhamos na frente, os jogadores...vamos lá, hoje acredito que o problema não pode ser a falta de raça pois os que encaminham suas vidas para o esporte profissional, da para entender? Muita concentração, desejamos aquele alvo, pensamos e na hora que estávamos lá começamos sentir até o arrepio...foi muito importante para nós

P : Quanto pode progredir o Biguá daquele sem o «Pica», sem o Campeão argentino Olímpico 2004, Ruben «Colo» Wolkowinski e sem o Marc Vorg que foi um dos dois ianques do time Campeão na LUB 2007-2008? Estava faltando altura, não é?

CHE : Agora quanto tem a ver com posicionamentos como «3», «4» e no próprio garrafão estamos bem melhor, conquistando rebotes que vai fazer bem mais simples galgar rumo à argola rival. Sempre que há dificuldades para conseguir orebote, correr se faz muito difícil e quando corríamos tinha que ser muito claro, pois não íamos ter muitaschances logo. Agora vamos aprimorar o jogo físico e tendo jogadores mais altos os próprios jogadores que contornam a área de três pontos no ataque vão ter sua grande oportunidade.

P : Percebeu que tinha «scouting» brasileiros e mexicanos assistindo aos últimos jogos do Biguá na Liga Uruguaia de Basquete? Deu para jogar ás ocultas?

CHE : (o Che encurva-se na cadeira de madeira do Hall do clube e tira um grande sorriso). Sabia que tínhamos «Scouting» assistindo os nossos jogos. Isso foi muito legal para nós, mostra respeito pelo trabalho feito e reconheço que temos sido uma surpresa para muitos. Não para nós pois tínhamos muita confiança naquilo que tínhamos planejado. É bom que tinham viajado para Uruguai querendo saber do Biguá....mas na hora do jogo é uma outra coisa bem diferente...na hora que soube que eles estavam nos estádios eu cuidei os meu jogadores, mínimo aqueles que tem mais minutos de jogo, aliás nós tínhamos conseguido a primeira vaga desta Série Classificatória da LUB de olho nos Play-Off das quartas. Além disso, melhoramos o time com o Marc Vorg que eles não conseguiram assistir pois acabou de viajar de Buenos Aires e não é membro do time na LUB. Nestes torneios internacionais, todos conhecem quanto o rival faz...os jogadores, os treinadores, a informação agora é muito fluente.

Correspondente PRAVDA.ru

Gustavo Espiñeira

Montevidéu – Uruguai

P : Com todos estes jogadores que não participaram com o Biguá da vitória do Biguá perante o Minas Tênis em Equador, acha que a vitória nesse jogo é assunto resolvido no Final Four.

CHE : Nem por acaso....nesse instante do Sul-Americano, eles começaram jogar, agora tem três meses jogando, tem aumentando um ianque. Por enquanto, o ianque que tinha começado jogar naquele Sul-Americano já faz parte mesmo do time agora. Fora ter classificado neste Final Four pela diferença de pontos, acho que foi justificada a classificação nessa série de Porto Rico. Vai ser um Final Four muito equilibrado. Qualquer time pode ganhar o torneio, muita qualidade, grandes jogadores, muitos «Scouting» de todas partes do mundo, as tendências para conquistar o caneco são semelhantes para todos.

P : Alguma coisa a ver neste sucesso do Biguá que você conhecesse os três destaques uruguaios (Martín Osimani (11), Mauricio Aguiar (6) e Leandro García Morales (10)) que moldaste como jogadores novinhos na primeira experiência que tiveram na Seleção Uruguaia em 2003 na hora que foste o treinador?

CHE : Na real, as opiniões deles foram muito importantes para que eu ficasse como treinador do Biguá. Em 2003, eu acabei lhes oferecendo a chance de começar a vestir a camisa uruguaia na Seleção como parte de um processo internacional. O time de trabalho que teve na Seleção acreditou neles e Leandro e Martín fizeram uma forcinha para que eu chegasse no clube. Antes de eu assinar contrato, eles tinham feito força para o meu retorno agora para um time uruguaio. Eles foram determinantes para que eu estivesse no clube. Logo conhecendo-os bem melhor que em 2003, tudo foi bem mais simples.

P : Poderias inserir esses três jogadores uruguaios numa Seleção Argentina?

CHE : Com certeza, posso sim...sem problemas.

P : É objetivo do «Che» ser o Treinador da Seleção Argentina?

CHE : Hoje a Seleção Argentina é a número um do mundo segundo o ranking. Temos crescido muito. Tem argentinos pelo mundo inteiro, jogadores, treinadores...fica clarO que para mim seria um privilégio enorme ter a possibilidade de treinar a Seleção Argentina.

P : Tentaram seduzi-lo nalguma oportunidade?

CHE : Alguns anos atrás poderia ter tido alguma chance...sempre tem alguém que disse alguma coisa, faz comentários, você sabe...mas até agora a escolha foi encaminhada num outro plano de trabalho. Desde o instante do Magnano que antes tinha sido treinador adito da Seleção dos treinadores que tinham estado no processo...veja só...pra mim ia ser um grande privilégio mas caso se der ótimo, caso contrário...

P : Vai continuar como treinador em Porto Rico após o processo em Biguá? Vai junto com o Leandro García Morales?

CHE : Não tenho decidido ainda mas acho que sim. Eu recomendei o Leandro mas agora vamos ver se ele consegue acertar o contrato. Para o estilo de jogador que o time estava procurando acredito que se a escolha fosse o Leandro dariam no alvo, segundo meu ver.

P : Posso conhecer o time?

CHE : Pode sim, os Maya West ( os Índios de Maya West). Edyec Cassiano que foi jogador referência porto-riquense até vestindo a camisa da Seleção, foi jogador que treinei em Boca Juniors.. .ele tem ações no clube e faz parte da Diretoria, me ligou querendo saber se eu poderia participar desse projeto. Ele quer experimentar com pessoal conhecido, ficando na mesma linha de batalha, e tudo quanto tivesse que acontecer com o time ficar tranqüilo que o time está em mãos responsáveis. Ele tem muita confiança, gostou sempre do trabalho que fiz na hora que eu trabalhei treinando-o porém acho que vou viajar para Porto Rico.

P :Obter a vitória no Final Four ia ser alcançar a cimeira na tua carreira esportiva até hoje?

CHE : Ia ser aglória. Sempre que alguém vence, o sentimento exprime que é o máximo. A cada oportunidade que alguém quer experimentar vencer...não está querendo uma outra coisa. Tenho até dificuldade de nomear o que é esse sentimento. Tive outros privilégios como vencer em diferentes países mas o Final Four trata-se de um torneio internacional que envolve América toda e pra mim, para todos nós, para o basquete uruguaio sem dúvidas ia ser a glória.

P : No futebol, alguns falam que Argentina foi Maradona e mais dez jogadores, no basquete, Manu Ginóbili e mais quatro?

CHE : Esquece...não é assim não. Todos jogam muito bem fora que o Manu é incrível...acho que o melhor momento do basquete argentino...eu tive esse sentimento foi na hora que assisti o Manu bracejando a flâmula argentina nos Jogos Olímpicos de Beijing 2008 e nas costas dele vinham o Juan Roman Riquelme, Lionel Messi, todos destaques internacionais embora o esporte que ficou na frente foi o basquete. Manu tem características que o mostram como o Melhor Jogador do Mundo fora os gringos dos EUA, sem dúvidas...mas tem a ver com uma camada, esta camada é IN-CRI-ÍVEL e acredito que não vou viver tantos anos para encontrar uma outra assim.

P : A geração Campeã Olímpica 2004 ou Bronze em Beijing 2008?

CHE : Sem dúvida fico com a Argentina Campeã Olímpica 2004 mais uma vez vou salientar que essa foi uma camada IN-CRÍ-VEL e não vou conseguir assistir uma outra desse jeito assim.

P : Treinou alguns desses grandes jogadores?

CHE : Treinei sim...caso o Montecchia, Gaby Fernández, Wolkowinski, de forma individual o Pepe Sánchez ou seja...essa foi a grande geração e fora que o Manu era o jogador único, mas o Nocioni, Oberto, Scola, Pepe, Montecchia, incrível...impossível que consiga ver uma outra tão boa.

P : Leandro García Morales...é um grande jogador internacional mas pode aumentar sua altura mais dez centímetros?

CHE : Acho que Leandro com mais dez centímetros iam ser 15 pontos de média na NBA a cada noite.

P : Cidade na qual nasceu? Destaques reconhecidos da cidade?

CHE : Bahía Blanca. Quanto aos destaques...Manu era criança e jogava nas Categorias de Base. Fui na procura de Manu em 1997 querendo que fizesse parte do Boca Juniors que eu treinava. Era um processo de um time grande qualidade e ele ia ser o substituto do Cassiano. Foi então que sabendo esta realidade que ia jogar poucos minutos decidiu ficar em Bahía Blanca pois desse jeito ia jogar os 40 minutos. Nasci o dia 11 de Janeiro de 1965 na Capital do Basquete Argentino. A cidade respira basquete, treinadores, jogadores, muitos clubes. Nossa população está no eixo das 250 mil pessoas, no máximo 300 mil...Temos tido o Cabrera como um dos grandes jogadores do basquete nacional argentino, um dos melhores da história do país junto com o Manu, eu acho...nem sei...Montenegro, Espil, Ricchiotti, Pepe Sánchez, Montecchia. Numa cidade tão pequenininha assim...Num instante da LNA, dos 16 treinadores, 9 fomos de Bahía Blanca. Parece impossível, impossível mas não foi não. Trata-se da Capital do Basquete. Foi marcante pra mim nesta realidade.

P : Quantas horas voando para México?

CHE: 18 e 20. Vôos, escalas, tudo. Decolamos rumo á Santiago de Chile, continuamos até o DF Mexicano, logo mais um avião para Veracruz e daí mais duas horas de percorrida num ônibus. Não estou reclamando nada, nem vestido de grã-fino..caso no início tivessem me dito que ia jogar o Final Four seja onde for, tivesse aceite, tivesse assinado contrato.

P: Tem a turma para viajar?

CHE: Tenho sim...os três estrangeiros, Ruben «Colo» Wolkowinski (argentino), Kevin Young (Jamaica), Marc Vorg (EUA), Leandro García Morales, Martín «Urso» Osimani (Capitão), o «Pica» Mauricio Aguiar, Matías Calfani, Gonzalo Meira, Juan «Sapo» Rovira, Juanchi Cambón, Joaquín «Ursinho» Osimani (irmão caçulo do Martín) e o «Pepo» Vidal.

P : A torcida que vai viajar?

CHE : Juro, não sei quanto vão acompanhar a delegação mas acredito que se a sede tivesse sido Brasil a torcida tivesse aumentado. Muitos que já foram até Guaiaquil com certeza vai viajar mas mesmo ficando em Montevidéu vão torcer por nós. Continuamos sendo a surpresa!!

Quanto aos participantes do torneio são dois times brasileiros, o Minas Tenis Clube ( www.minastenis.com.br ) e Universo ( www.universobrb.com.br ), o uruguaio ùnico invicto atè agora, Biguà ( www.biguabasket.com ) e o anfitrião os Halcones de Xalapa ( www.uv.mx/halconesxalapa ).

Confira o fixture agora.

Sexta 06 de Fevereiro de 2009

Universo BRB (BR) x Minas Tenis (BR)

Halcones (MX) x Biguà (UY)

Sàbado 07 de Fevereiro de 2009

Biguà (UY) x Universo BRB (BR)

Halcones (MX) x Minas Tenis (BR)

Domingo 08 de Fevereiro de 2009

Biguà (UY) x Minas Tenis (BR)

Halcones (MX) x Universo BRB (BR)

Foto de esq. À dir.

Alejandro «Galego» Àlvarez (treinador adito do Biguà) e Nestor «Che» Garcìa (treinador do Biguà).

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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