Ramos-Horta recupera
Tentativa de decapitar órgãos governamentais em Timor Leste, com um duplo atentado contra o Presidente José Ramos-Horta e o Prmeiro Ministro Xanana Gusmão, foi previsível num país onde a violência tem marcado os primeiros anos da sua história, desde a sua independência em 2002.
Às 4.30 hora local, dois carros estacionaram à porta da residência do Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, em Dili. O grupo, liderado pelo Major Reinaldo, saiu, conseguiu entrar em casa, assassinando um dos seguranças do Presidente, que foi ferido com dois tiros no lado/zona do estômago, e no braço. Reinaldo foi morto na troca de tiros.
Foi levado ao hospital australiano em Dili e de seguida para Darwin, Austrália, onde está fora do estado crítico, de acordo com as declarações da equipa médica.
Entretanto, outro ataque, liderado pelo Tenente Gastão Salsinha foi efectuado contra o Primeiro Ministro, Xanana Gusmão, que conseguiu sair ileso quando o veículo onde seguia foi emboscado, voltando ao capital e declarando pouco depois que a situação estava sob controlo. Esta versão dos eventos ainda está por confirmar mas parece a mais plausível.
Esta situação foi previsível. Durante a última semana, as forças rebeldes de Reinaldo foram envolvidas numa confrontação com tropas australianas e uma explosão numa base militar. Reinaldo foi o líder dos revoltosos que instauram o caos no país em Abril/Maio de 2006, em confrontos em que morreram 37 pessoas e 155.000 foram deslocadas. Reinaldo foi preso mas escapou e depois refugiou-se nas montanhas com seu grupo de rebeldes. Em Novembro, prometeu fazer um golpe de estado se o Governo não acedesse às exigências dos soldados rebeldes que tomaram armas com ele.
- Versão impressa
-
Tamanho da Fonte
- Enviar para um amigo
Estado de alerta máxima
Foi decretado um estado de alerta máxima não só em Dili mas em todo o país, com recolher obrigatório durante 48 horas. As ruas estão desertas, excepto forças policiais. Reina uma calma e silêncio, que alguns declaram ser a calma antes da tempestade.
A situação demonstra mais uma vez a necessidade da força internacional foi no início de Fevereiro que a segurança na cidade capital foi entregue à polícia timorense.
As causas
A situação de caos que levou à invasão pelas tropas indonésias nos anos 70 tem estado a ameaçar reaparecer desde a independência do país em 2002. Grupos armados fazem o que querem, há corrupção, há pobreza, há desemprego e a capacidade de actuação do Governo tem sido cada vez menor.
A morte de Reinaldo poderá ser o fim de um ciclo mas há cada vez mais pessoas em Dili a dizerem que temem que será o início de mais uma espiral de violência que tem assombrado este, o país mais novo da comunidade internacional.
Lao MENDES
PRAVDA.Ru
DILI TIMOR LESTE