Mercado não será mais o mesmo?

Por Brenda Marques Pena

O Nobel de Economia do ano passado, Edmund Phelps, 74, afirmou em entrevista à Folha que a atual turbulência e o impacto da crise imobiliária americana na economia mundial e mesmo nos mercados financeiros passará em poucos meses.

Para Phelps, a crise ficará restrita ao setor de crédito, mas deixará marcas: os preços das ações não voltarão tão cedo aos patamares recordes vistos neste ano. "Os mercados já estão reagindo bem melhor. Tivemos [ontem] um novo dia positivo. O quarto seguido no Brasil. As coisas vão se assentando. Tivemos progressos em lidar com crises nos mercados de ações", afirmou.

Segundo ele, o Brasil e os mercados emergentes estão mais aptos para lidar com a crise. "O Brasil vai sentir o impacto por alguns meses."

Cautela na análise

"Mesmo um prêmio Nobel erra", afirma o Economista Décio Pizzato, colunista do COFECON. Já houve o caso, em 1998, onde dois outorgados erraram, e erraram feio. Sucedeu com a quase quebra do mega fundo de investimentos LTCM - Long Term Capital Management, o mundo ficou estarrecido pois acreditava que o mesmo tinha a bússola que orientava como derrotar o mercado. A suas diretrizes eram estabelecidas nada mais nada menos do que pelos prêmios Nobel de Economia, Robert Merton e Myron Scholes, que eram seus sócios. O método de analises quantitativas para aplicações financeiras utilizado pelo LTCM, não levou em conta os fundamentos da economia e das empresas, e ficou comprometido. Era tal a reputação de vencedor deste fundo, que grandes bancos aportaram recursos,

fazendo com que a sua alavancagem beirasse a casa de US$ 1 trilhão, pois o seu grau de probabilidade de acerto, era de 99,9%, segundo o modelo aplicado. Foi socorrido pelo Federal reserve e mais 14 bancos. A reputação dos economistas ficou maculada.

A comissão que escolhe quem vai ganhar o Prêmio Nobel leva sempre em consideração a trabalhos publicados por economistas, em um período passado. Os detentores do prêmio quando resolvem fazer comentários sobre o futuro, a sua margem de erro é grande. Portanto suas analises sobre acontecimentos atuais deve ser lida com muito cuidado, não ser seguida como um dogma de fé. Passado é passado, futuro é futuro.

*Assessoria de Comunicação do COFECON

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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