Minifábricas elevam produtividade e valor da produção

As agroindústrias criadas para o beneficiamento de produtos da agricultura familiar, com apoio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), têm contribuído para o aumento da renda e da qualidade de vida de milhares de pequenos produtores.

Exemplo é a Cooperativa dos Agricultores e Pecuaristas do Baixo Acre (Coopel), no município de Plácido de Castro. De uma performance negativa em 2006, os trabalhadores agora comercializam leite e derivados em grande escala. “Com o apoio do PAA, saímos de 2.500 para 12.500 litros de leite por dia”, comemora o presidente Ezequiel Rodrigues de Oliveira.

A Coopel conta atualmente com 110 associados e emprega 240 famílias de agricultores. Outras estão agregando valor à produção por meio do beneficiamento dos produtos. Alimentos que antes eram vendidos in natura hoje são manufaturados por pequenas fábricas.

É o caso de 68 produtores da Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Nova Piratininga (Apronop), em Formosa/GO. Eles mantêm uma fábrica de farinha, inaugurada em maio, onde são produzidos cerca de 30 sacos do produto por dia. “Quando a Conab oferece a garantia de compra, as famílias vendem conseqüentemente um produto mais valorizado”, explica o gerente de Planejamento e Gestão da Companhia, Paulo Coutinho.

Em Acaraju/CE, o PAA foi decisivo para que cerca de 20 agricultores familiares inaugurassem, em março, uma fábrica de bolos e doces de batata e macaxeira. O produto é doado pelo Programa a dez escolas do município.

Na Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Estado do Acre (Cooperacre), que trabalha com a comercialização de produtos agroextrativistas, como castanha, borracha e óleo de copaíba desde 2001, a produção também aumentou. “Antes do PAA, produzíamos 25 mil latas de castanha a R$ 5 cada. No primeiro ano do programa já havíamos produzido 81 mil latas a R$ 12”, afirma Manoel Monteiro, superintendente da cooperativa. A Cooperacre beneficia direta e indiretamente cerca de duas mil famílias e apóia os funcionários que desejam estudar. Muitos fizeram ou estão fazendo faculdade. “Nosso gerente de projeto começou como carregador. Hoje é formado em Administração e contribui bastante para o funcionamento da cooperativa”, diz o superintendente.

Agroecologia
O Pólo Sindical da Borborema nasceu em 1998 a partir da decisão dos movimentos de trabalhadores rurais de encampar a luta pelos direitos da Previdência Social. Atualmente a organização trabalha com agricultura familiar e agroecologia. Diógenes Fernandes, representante do Pólo, diz que em 2004 começaram a trabalhar com o PAA. “Com a modalidade Compra Direta, 80 famílias se beneficiam dos recursos vindos do Programa. Também participamos da Doação Simultânea, que beneficia quem produz o alimento e as comunidades que o recebem”.

Dinamismo
Fábio Lopes, representante dos Assentados da Lagoa do Junco, em Tapes, no Rio Grande do Sul, conta que antes do PAA os assentados vendiam grão de arroz ainda com casca. “Agora, conseguimos investir em máquinas para que o arroz passe pelo processo industrial.” Lopes completa dizendo que a economia local está mais dinâmica e por isso não há tanta evasão de jovens para os grandes centros.

Pioneiras

A União dos Clubes de Mães de Itapecurumim, no Maranhão, surgiu com o propósito de resgatar a cidadania feminina no Estado por meio da confecção de produtos do coco babaçu. Maria Domingas, uma das pioneiras, disse que, com a chegada do PAA, a produção da organização foi fortalecida. “Temos lugar certo para a venda”, afirma. Segundo ela, as mulheres ganharam autonomia dentro de casa. “Em um lugar machista, ela [a mulher] pode dizer que é uma ‘nova mulher’ e vai planejar o que fazer com a renda que conquistou”.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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