Inflação de 2008 fica dentro da meta: 5,90%

A inflação do ano de 2008 medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 5,90%. O índice foi o mais alto dos últimos quatro anos, mas ficou dentro da meta estabelecida pelo Banco Central (4,5%, com margem de 2 pontos percentuais a mais ou a menos). O resultado foi divulgado hoje (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também informou a inflação de dezembro: 0,28%. O índice, em novembro, havia sido de 0,36%.

Manoel Castanho (*)

A inflação do ano de 2008 medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 5,90%. O índice foi o mais alto dos últimos quatro anos, mas ficou dentro da meta estabelecida pelo Banco Central (4,5%, com margem de 2 pontos percentuais a mais ou a menos). O resultado foi divulgado hoje (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também informou a inflação de dezembro: 0,28%. O índice, em novembro, havia sido de 0,36%.

Alimentos puxaram alta

O maior vilão da inflação de 2008 foram os produtos alimentícios, que tiveram uma alta de 11,11% em 2008 (contra 10,79% em 2007). Sozinhos, os alimentos foram responsáveis por 2,42 pontos percentuais da inflação (ou 41% do total).

A alta foi maior na primeira metade do ano, quando os alimentos subiram 8,65%. As causas principais foram duas: o aumento dos preços no mercado internacional e o aumento da demanda (tanto interna como externa). Refletindo esta alta, o IPCA chegou a 0,79% em maio e 0,74% em junho.

Individualmente, a maior contribuição individual para a inflação dos alimentos foi a refeição fora de casa, que subiu 14,45%. As carnes também tiveram forte alta em 2008: 24,02%.

Produtos não-alimentícios

Os produtos não-alimentícios tiveram alta de 4,46% em 2008 - uma taxa consideravelmente superior à de 2007, que foi de 2,83%. A principal contribuição para este índice veio das despesas pessoais, com um aumento de 7,35%.

Taxa de Juros

O anúncio de que a inflação ficou abaixo do teto da meta (6,5%) vem num momento em que tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o vice José Alencar pressionam o Banco Central para uma redução nos juros. Nas atas de reunião do Comitê de Política Monetária, é clara a intenção do BC de trazer a inflação de volta ao nível de 4,5%.

No primeiro trimestre de 2008 era comum encontrar na imprensa informações a respeito da inflação dos alimentos - cujo movimento mais forte havia sido iniciado em 2007. Em alguns países houve crises alimentares e ondas de violência. Como este fator começava a puxar a inflação brasileira para cima (especialmente em maio e junho), o Banco Central iniciou, em abril, uma série de elevações na taxa básica de juros, que era de 11,25% e em setembro chegou a 13,75%. Na última reunião do ano, em dezembro, foi discutida uma redução de 0,25 ponto percentual - o que acabou não acontecendo.

Ao mesmo tempo, o último Relatório Focus (pesquisa de mercado realizada pelo Banco Central) indica que o mercado já espera um corte de meio ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, nos dias 20 e 21 de janeiro.


(*) Jornalista do COFECON
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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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