Brasil: Estabilidade no emprego industrial

Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário – Fonte IBGE Base: Setembro de 2008

Em setembro, emprego industrial varia 0,1%

Pelo segundo mês consecutivo, taxa permaneceu estável (0,1%), na passagem de agosto para setembro, já descontados os efeitos sazonais. Ainda assim, a média móvel trimestral mostrou ganho de 1,1% entre junho e setembro de 2008. Na comparação set/08 – set/07, foi observado avanço de 2,2%, o que representou a 27a. alta consecutiva. Já no acumulado no ano, o crescimento foi de 2,7% em relação a igual período de 2007. A folha de pagamento real dos trabalhadores cresceu 2,7% no confronto mês/mês imediatamente anterior (com ajuste sazonal). Na análise de iguais períodos do ano passado, houve acréscimo de 7,9% frente a set/07 e 6,8% no acumulado no ano.

PESSOAL OCUPADO ASSALARIADO

O emprego industrial ficou estável (0,1%) pelo segundo mês consecutivo, na passagem de agosto para setembro, na série livre de influências sazonais. Ainda assim, o indicador de média móvel trimestral mantém seqüência de quatro trimestres com variações positivas, acumulando 1,1% de aumento entre junho e setembro deste ano.

O confronto com setembro de 2007 apontou crescimento de 2,2%, vigésima sétima taxa positiva nessa comparação. No indicador acumulado no ano, o aumento ficou em 2,7%. O acumulado nos últimos doze meses (2,9%), que vinha em trajetória ascendente desde setembro de 2006, praticamente repete o ritmo de crescimento do pessoal ocupado de agosto (3,0%). No indicador trimestral, a taxa do terceiro trimestre de 2008 foi 2,5%, superior à do mesmo período do ano passado e, em relação ao trimestre imediatamente anterior – série ajustada sazonalmente –, o emprego mantém seqüência de sete trimestres positivos, com avanço de 1,0% frente ao segundo trimestre de 2008.

No índice mensal (2,2%), doze das quatorze áreas e doze dos dezoito setores aumentaram o contingente de trabalhadores. São Paulo (2,6%), Minas Gerais (5,2%) e Rio Grande do Sul (3,3%) exerceram as pressões mais significativas no resultado geral. Na indústria paulista, as contratações foram superiores às demissões, principalmente em produtos químicos (15,6%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (11,1%) e meios de transporte (7,3%). Nas indústrias mineira e gaúcha, os destaques foram, respectivamente, alimentos e bebidas (12,1%) e metalurgia básica (10,7%); e máquinas e equipamentos (23,7%) e produtos de metal (14,1%). Por outro lado, Santa Catarina (-1,9%) e Paraná (-0,3%) foram as influências negativas no resultado global, sobretudo devido aos recuos observados em vestuário (-12,1%), no primeiro local, e madeira (-18,3%), no segundo, respectivamente.

Em nível nacional, os ramos com as maiores contribuições positivas foram máquinas e equipamentos (10,2%), meios de transporte (8,2%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (10,2%), produtos de minerais não-metálicos (8,1%) e alimentos e bebidas (1,9%). Em sentido contrário, vestuário (-7,1%), madeira (-11,3%) e têxtil (-6,5%) exerceram as principais pressões negativas.

No corte trimestral, observa-se que o emprego industrial vem sustentando resultados positivos há nove trimestres consecutivos, nas comparações contra igual período do ano. Neste terceiro trimestre de 2008, o avanço de 2,5% manteve ritmo próximo ao trimestre anterior (2,4%). Entre o segundo e o terceiro trimestres, dez segmentos aumentaram a taxa de emprego, com destaque para calçados e artigos de couro, que reduziu a queda de –11,0% para –5,2% e produtos de minerais não-metálicos, que passou de 2,7% para 7,0%, enquanto o setor de alimentos e bebidas fez movimento inverso: saiu de 3,2% no segundo trimestre para 1,7% no terceiro. Entre esses dois períodos, dez locais apresentaram taxas mais elevadas no terceiro trimestre, principalmente Ceará (de 0,1% para 4,1%), Espírito Santo (de –1,0% para 2,0%) e Minas Gerais (de 4,0% para 6,1%).

No indicador acumulado no ano, o pessoal ocupado aumentou 2,7%, acima do observado no período janeiro-setembro de 2007 (1,8%). Onze locais e doze ramos contribuíram positivamente no índice geral. Em nível setorial, as principais pressões positivas vieram de máquinas e equipamentos (12,1%) e meios de transporte (10,1%), setores que lideram a produção industrial, seguidos por: máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (12,3%) e alimentos e bebidas (2,6%). Entre os locais, São Paulo (3,8%), Minas Gerais (4,6%) e Região Norte e Centro-Oeste (3,6%) exerceram os impactos mais significativos. Por outro lado, veio de Santa Catarina (-0,8%) a pressão negativa mais importante entre as áreas pesquisadas e, no corte setorial, os destaques foram calçados e artigos de couro (-9,1%), vestuário (-5,3%) e madeira (-8,0%).


Em síntese, a evolução positiva dos índices do emprego industrial, nos últimos meses, reflete o maior dinamismo da atividade produtiva, tomando-se por base a tendência apontada pelo indicador de média móvel trimestral. Ainda na série ajustada, o emprego cresce em setembro 1,0% frente ao trimestre imediatamente anterior e acumula 4,9% de aumento desde o último trimestre de 2006. Nas comparações contra iguais períodos de 2007, o número de pessoas ocupadas sustenta resultados positivos: o indicador mensal cresce desde julho de 2006 e o trimestral desde o terceiro trimestre de 2006.

NÚMERO DE HORAS PAGAS

Em setembro, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria cresceu 0,6% em relação a agosto, na série livre de influências sazonais, após ter assinalado queda (-0,6%) no mês anterior. O índice de média móvel trimestral registrou 0,3% de expansão na passagem de agosto para setembro e manteve trajetória positiva presente há três trimestres consecutivos, período em que acumulou ganho de 1,0%. No fechamento do terceiro trimestre de 2008, frente a igual período do ano anterior, o número de horas pagas cresceu 2,5%, praticamente, mantendo o ritmo do segundo trimestre (2,4%) e avançou 0,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior, já descontadas as influências sazonais.

Na comparação com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas registrou expansão (2,5%), vigésimo oitavo resultado positivo consecutivo. O acumulado no ano também apontou crescimento (2,7%), enquanto o dos últimos doze meses, em trajetória ascendente desde setembro de 2006, repete o resultado de agosto (2,7%).

No indicador mensal, o total de horas pagas sustentou-se, em grande parte, pelo bom desempenho de onze dos quatorze locais e em doze dos dezoito ramos pesquisados. Na atividade industrial, as maiores pressões positivas vieram de máquinas e equipamentos (12,7%), meios de transporte (9,3%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (9,3%). Por outro lado, vestuário (-5,5%) e madeira (-10,0%) contribuíram negativamente.

Neste mesmo confronto, os locais com desempenhos que mais contribuíram para o resultado global foram São Paulo (2,7%), Minas Gerais (6,8%) e Rio Grande do Sul (3,3%). Em São Paulo, onze atividades investigadas ampliaram o número de horas pagas, com destaque para máquinas e equipamentos (9,2%), meios de transporte (8,3%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (9,7%). No estado de Minas Gerais, os impactos positivos mais relevantes ficaram com alimentos e bebidas (11,0%), metalurgia básica (14,5%) e meios de transporte (16,2%) e, no Rio Grande do Sul, máquinas e equipamentos (27,1%) e produtos de metal (14,4%). Em sentido contrário, o local de influência mais negativa no cômputo geral foi Santa Catarina (-0,5%), sobretudo devido ao impacto negativo de vestuário (-12,3%) e madeira (-13,8%).

No confronto por trimestres, o número de horas pagas avançou 2,5% sobre o mesmo trimestre do ano anterior, mantendo-se, praticamente, igual ao observado no trimestre abril-junho (2,4%). Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, ambas comparações contra igual período do ano anterior, onze ramos mostraram aumento nas horas pagas, com destaque para calçados e artigos de couro, que passou de –11,8% para –5,8% e produtos de minerais não-metálicos (de 3,0% para 8,1%). No corte regional, os avanços foram observados em onze locais, principalmente no Ceará (de 1,8% para 5,4%) e Espírito Santo (-1,5% para 1,6%).

No período acumulado no ano (janeiro-setembro), o aumento do número de horas pagas avançou 2,7%, decorrente, sobretudo, dos avanços em onze áreas e doze segmentos. Por local, as maiores influências positivas vieram de São Paulo (3,8%), Minas Gerais (5,2%) e região Norte e Centro-Oeste (3,5%). Pressionando negativamente, figuram: Pernambuco (-1,1%), Espírito Santo (-1,0%) e Santa Catarina (-0,2%). No corte setorial, os principais aumentos vieram de máquinas e equipamentos (13,0%), meios de transporte (11,1%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (11,2%). Por outro lado, calçados e artigos de couro (-10,0%) e vestuário (-5,3%) sobressaíram com as contribuições negativas mais relevantes.

FOLHA DE PAGAMENTO REAL

Em setembro, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria, ajustado sazonalmente, cresceu 2,7% na comparação com o mês imediatamente anterior, após recuar 0,5% em agosto. O indicador de média móvel trimestral registrou acréscimo de 1,3% entre os trimestres encerrados em agosto e setembro e acumula, desde julho, ganho de 2,6%.


Nos confrontos com iguais períodos do ano anterior, os resultados prosseguem positivos: 7,9% frente a setembro de 2007 e 6,8% no acumulado no ano. O indicador acumulado nos últimos doze meses (6,7%) ficou praticamente estável em relação ao mês de agosto (6,6%). No terceiro trimestre de 2008, o crescimento foi de 7,2% na comparação contra igual trimestre do ano anterior, maior resultado desde dezembro de 2004. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, apresentou o décimo aumento consecutivo (2,6%), acumulando ganho de 15,3% desde março de 2006.

O indicador mensal da folha de pagamento real cresceu 7,9%, trigésima taxa positiva consecutiva. Todos os quatorze locais mostraram aumento, cabendo a São Paulo (9,1%) e Minas Gerais (12,1%) as maiores influências positivas, devido, sobretudo, ao ganho salarial nos setores de meios de transporte (15,2%) e produtos químicos (16,7%), no primeiro, e na metalurgia básica (21,9%) e produtos de minerais não-metálicos (30,9%), no segundo local.

Setorialmente, o valor da folha de pagamento real aumentou em treze dos dezoito ramos. Os impactos positivos mais importantes vieram de meios de transporte (16,0%), máquinas e equipamentos (12,4%), metalurgia básica (19,3%), produtos de minerais não-metálicos (20,7%) e produtos de metal (13,3%). Em sentido oposto, os principais recuos vieram de papel e gráfica (-2,3%) e têxtil (-2,7%).

Na análise trimestral, o índice do valor da folha de pagamento, em relação ao mesmo período do ano anterior, mostrou incremento na passagem do segundo (6,5%) para o terceiro trimestre de 2008 (7,2%). Este movimento está presente em nove locais, com destaque para Espírito Santo, que passou de 6,2% para 9,9%, e Minas Gerais (de 9,4% para 11,9%). No corte setorial, nove segmentos aumentaram sua participação entre os dois períodos, destacando-se produtos químicos (de 9,8% para 17,8%), metalurgia básica (de 7,7% para 15,0%) e máquinas e equipamentos (de 8,4% para 10,8%).


O indicador acumulado no ano (6,8%) assinalou incremento no valor da folha de pagamento em todos os locais pesquisados. As principais contribuições vieram de São Paulo (7,9%) e Minas Gerais (9,4%). Em termos setoriais, das treze atividades que apresentaram ganho, os maiores impactos positivos vieram de meios de transporte (13,4%), máquinas e equipamentos (9,4%), produtos químicos (11,4%) e produtos de metal (12,7%). Por outro lado, as principais reduções foram observadas em calçados e artigos de couro (-6,6%) e papel e gráfica (-2,8%).

Ricardo Bergamini
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http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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