Crise de Refugiados da Síria na Europa: Subproduto do Capitalismo

Enquanto a oportunista Turquia solicita junto à União Europeia (UE) "ajuda" de 6 bilhões de dólares a partir de 2018, a fim de receber refugiados provenientes da Síria, a UE se reúne neste dia 10 com o intuito de discutir as possíveis consequências da decisão tomada como o governo turco, de expulsar refugiados que cheguem à Grécia. 

A agência de notícias EFE reportou que fontes comunitárias garantiram que os representantes del bloco estudarão um plano para expulsar novamente os refugiados ao território turco. Se discutirá na reunião entre líderes europeus o incremento de pessoal nos centros de detenção gregos, e a participação da agência de Fronteiras Frontex e da Agência Europeia de Apoio ao Asilo (EASO, na sigla em inglês).

Edu Montesanti (*)

No último dia 8, a Hungria havia anunciado o fechamento da fronteira na rota dos Balcãs, usada pelos refugiados para chegar à Europa.

Após tentativa de acordo com a Turquia, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban disse que Budapeste se opõe, "de maneira contundente", à proposta turca de que para cada refugiado sírio enviado de volta da Turquia à Grécia, outro sírio seja realocado da Turquia aos Estado-membro da UE. Orban insistiu que a Hungria não aceita "nenhuma versão" de reassentamento de refugiados entre países da UE.

Em todo o mundo, mas de modo bastante particular no Brasil costuma-se condenar os refugiados, tanto sírios quanto haitianos (estes, têm catastróficas histórias para contra da sociedade brasileira) como de qualquer parte, decorrente das fortes raízes reacionárias, mentalidade elitista mesmo entre classes inferiores a qual, como diz o companheiro venezuelano José Paucides, líder comunal da cidade de Barquisimeto, deve-se ao "capitalismo que vive impregnado em muitos corações".

Deve-se recordar, diante dessa catástrofe imigratória que está bem longo de se resumir à Síria ou mesmo ao Haiiti, a colonização norte-americana-europeia - que dispensa maiores comentários pela pilhagem violenta e divisão de sociedades em vários estados artificiais segundo os interesses das grandes potências -, assim como o fracasso da denominada Guerra ao Terror que garantiu, logo após o 11 de Setembro, levar comida, remédio, trabalho e muita liberdade aos países árabes.

Portanto, muito mais que obrigação em se solucionar esta situação dos refugiados, as potências europeias (grandes parceiras do regime de Washington em suas empreitadas imperialistas no Oriente Médio), e os próprios Estados Unidos têm dívida humanitária e moral com os países subdesenvolvidos - impagável, certamente.

Como disse o então presidente Hugo Chávez  na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, conhecida como COP-15, na capital dinamarquesa de Copenhague, em 2006: "Há um fantasma assolando o mundo, mas ninguém nomeia este fantasma: ele se chama 'capitalismo'", pelo que foi aplaudido por outros chefes de Estado.

Pois a tal "crise de refugiados" nada mais é que natural subproduto desse sistema excludenten3 em sua essência, e não será resolvido de outra maneira enquanto este mundo viver sob ditadura imperial, conforme o mesmo Chávez observou na capital da Dinamarca há 10 anos.

 


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Pravda.Ru Jornal