A Central Unitária dos Trabalhadores do Chile (CUT) aderiu nesta quarta-feira (10) à convocação de várias organizações estudantis para participar na quinta-feira (11) de uma marcha em defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade.
Em seu portal digital, a confederação dos trabalhadores divulgou um vídeo em que professores fazem um chamado aos trabalhadores e aos cidadãos para que se incorporem à manifestação.
Os docentes, que pertencem ao Colégio de Professores do Chile, expõem no vídeo as razões que os motivaram a participar da demonstração, entre elas o fechamento de escolas, a demissão de educadores e a falta de recursos. Segundo os organizadores, a marcha de 11 de abril servirá mostrar o que os estudantes querem dos candidatos presidenciais e de suas promessas de campanha no setor, às vésperas das eleições gerais de novembro que vem.
Dirigentes da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), da Coordenação Nacional de Estudantes Secundaristas e da Assembleia de Coordenação de Estudantes Secundaristas afirmaram nos últimos dias que um dos principais objetivos do protesto é repudiar o lucro na educação.
"Acreditamos que é a única maneira que podemos obter de que todas essas promessas não continuem sendo apenas cheques em branco, que serão depositados nas contas dos empresários, mas que realmente sejam mudanças estruturais no sistema educacional", afirmou Diego Vela, um dos porta-vozes da Confech.
Segundo o jovem, que preside a Federação de Estudantes da Universidade Católica, o sistema de educação no Chile é o segundo mais segregado do mundo, em prejuízo das pessoas que têm poucos recursos financeiros. Por sua vez, Andrés Fielbaum, presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, destacou a importância das mobilizações, especialmente num ano eleitoral.
"Há poucos anos lucrar com a educação era ser um empreendedor e, hoje em dia, lucrar com a educação é delinquir", exclamou Fielbaum.
A marcha de quinta terá início às 11 horas da manhã, horário de Santiago, na Praça Itália e percorrerá um pequeno trecho da Alameda, culminando nas imediações do Centro Cultural Mapocho.
Em 28 de março passado, cerca de cinco mil estudantes marcharam pelas ruas de Santiago, também em protesto por uma educação pública, gratuita e de qualidade, manifestação que foi dispersada pelos Carabineiros, a polícia local.
Em vários trechos da marcha foram registrados conflitos com os membros das forças de repressão, quando jovens tentavam sair do caminho autorizado pelas autoridades municipais para chegar ao Ministério da Educação.
Com carros lançadores de água, gás lacrimogêneo e munidos de espingardas utilizadas em combates de "paintball", os policiais arremeteram contra os manifestantes, que responderam com pedras, paus, barras de ferro e outros objetos encontrados pelo caminho.
Fonte: Prensa Latina
http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=fe09f091f5c661afdf1f5069a4136735&cod=11321