Filtro solar pode causar conjuntivite tóxica

Estudo aponta que no verão o uso excessivo de filtro solar responde por 46% dos casos conjuntivite tóxica. A recomendação é proteger a pele ao redor dos olhos e as estruturas oculares com lentes que tenham proteção ultravioleta.

A proteção da pele com filtro solar no verão, apesar de necessária, tornou-se mais um fator de risco para a saúde ocular. Isso porque, a evaporação do produto, aplicação em excesso e transpiração favorecem a penetração nos olhos que pode causar conjuntivite tóxica. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a conjuntivite, inflamação da conjuntiva, membrana que recobre as pálpebras e a superfície dos olhos, é a doença ocular mais freqüente no verão.

Decorre de alergia, contaminação por bactérias, vírus ou substâncias químicas. Ele diz que os sintomas são coceira, olhos vermelhos, pálpebras inchadas, sensibilidade à luz e lacrimejamento. Um levantamento feito pelo médico entre 2004 e 2006 aponta que a conjuntivite tóxica, causada pela sensibilidade ao contato com produtos químicos, representa 20% das ocorrências no calor. O filtro solar responde por 46% dos casos, bronzeadores por 39% e a maquiagem por 15%. A conjuntivite tóxica, afirma, apresenta um lacrimejamento aquoso e transparente.

Para prevenir, recomenda evitar o uso excessivo de filtro solar, cremes ou maquiagem, enxugar o suor na área dos olhos com lenços descartáveis e lavar os olhos abundantemente sempre que ocorrer penetração nos olhos. Além disso, o médico recomenda proteger a pele ao redor dos olhos e a estrutura ocular com lentes que tenham proteção ultravioleta. Quando a doença já está instalada a recomendação é interromper o uso do agente causador e, não desaparecendo os sintomas, procurar por um médico especializado antes de aplicar qualquer colírio nos olhos.

Oleosidade pode provocar terçol e calázio

Queiroz Neto adverte que filtro solar e cremes devem ter PH neutro para manter a produção das glândulas sebáceas em equilíbrio. Isso porque, explica, o excesso de oleosidade na pele favorece a formação de terçol e calázio. O terçol é uma infecção por bactérias do folículo piloso dos cílios. Agride a pálpebra formando um pequeno nódulo, vermelho e dolorido que pode desaparecer naturalmente em três dias.

Já o calázio é a inflamação crônica da glândula de Meibômio, responsável pela produção sebácea a região palpebral. Forma um nódulo na pálpebra, muitas vezes persistente durante meses. O especialista diz que muitos portadores dessas doenças só fazem a primeira consulta médica depois de tentarem receitas caseiras como aplicar limão e até borra de café nos olhos. São erros graves, destaca, porque o limão pode levar à queimadura na córnea e a borra de café a uma inflamação mais grave.

Ele diz que a única receita caseira segura é o uso de compressas quentes por um período máximo de três dias. Se o nódulo não desaparecer é importante procurar um especialista para que sejam indicados medicamentos adequados, principalmente porque o calázio reincidente pode estar relacionado a problemas de refração.

Cuidados preventivos no verão

No calor é comum a disseminação de conjuntivite bacteriana e viral que são altamente contagiosas. Queiroz Neto explica que quando a secreção ocular é pastosa e amarelada indica conjuntivite bacteriana, enquanto a viral apresenta uma secreção transparente e viscosa. Ele diz que as principais causas da contaminação por vírus ou bactéria são as aglomerações e água contaminada de piscinas ou praias que facilitam o contágio. Nesta época do ano, comenta, também é recorrente a conjuntivite vernal, causada por alergias, em que a secreção é transparente e aquosa.

As principais dicas do médico para diminuir o risco de contrair conjuntivite são:

Evite excesso de filtro solar, bronzeador ou maquiagem

Lave os olhos em casos de penetração de substâncias químicas

Na exposição ao sol enxugue a transpiração ao redor dos olhos com toalhas descartáveis

Lave com freqüência o rosto e as mãos

Não compartilhe produtos de beleza, toalhas de rosto ou colírios

Evite coçar ou levar as mãos aos olhos

Use óculos de mergulho para nadar e óculos de proteção para trabalhar com produtos químicos

Não use colírios sem prescrição médica

Interrompa o uso de produtos que causam desconforto nos olhos

Substitua as lentes de contato por óculos na piscina ou praia

Evite usar receitas caseiras sem conhecimento de seu médico

Fonte: Eutrópia Turazzi – LDC Comunicação

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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