Biodiesel - Carteira do BNDES para setor de açúcar e álcool já soma R$ 19,7 bilhões

Brasil: A carteira do setor de biocombustíveis composta por todas as linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) soma financiamentos de R$ 19,7 bilhões. Desse total, R$ 15,4 bilhões correspondem a projetos para a produção de açúcar e álcool, R$ 2,3 bilhões para co-geração, R$ 1,8 bilhão para o cultivo da cana e R$ 142,5 milhões para pesquisa e desenvolvimento no setor.

Os números incluem todas as linhas do Banco voltadas para o setor, inclusive aquelas realizadas por meio de operações indiretas. Ou seja, via agentes financeiros.


O novo Departamento de Biocombustíveis (DEBIO), criado recentemente pela diretoria do Banco e voltado exclusivamente para projetos de açúcar e álcool já possui uma carteira composta de 77 operações. Os projetos demandarão financiamentos de R$ 12,1 bilhões, equivalentes a investimentos de R$ 17,3 bilhões, e representarão moagem de 100 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.


A criação do DEBIO foi motivada pelo crescimento no número de projetos de usinas voltadas para a produção de açúcar e álcool e revela a prioridade da direção do BNDES de apoiar um setor que se tornou estratégico para o país, pela competitividade e tecnologia desenvolvida na produção de etanol.


O investimento na cadeia produtiva da cana-de-açúcar passou a apresentar maior dinamismo a partir do aumento da participação dos veículos flex-fluel (bicombustíveis) na frota brasileira. Atualmente, o volume de carros flex-fuel já representa cerca de 90% do total vendido no país. O álcool é um combustível de fonte limpa e renovável, que entra na mistura com a gasolina (álcool anidro) ou é utilizado puro (álcool hidratado) nos carros flex-fluel.


Tal cenário se reflete nos desembolsos do BNDES para o setor sucro-alcooleiro (inclui cultivo da cana, produção de açúcar e álcool e co-geração), que apresentaram aumento expressivo nos últimos três anos. Em 2004 foram liberados R$ 604 milhões, em 2005 R$ 1 bilhão, em 2006 R$ 1,9 bilhão e, até outubro de 2007, o Banco desembolsou R$ 2,9 bilhões para o setor. Com isso, nos três últimos anos, as liberações atingiram R$ 6,4 bilhões, incluindo operações diretas e indiretas.


Os desembolsos para a produção de açúcar e álcool, de R$ 4 bilhões, responderam pela maior parte do resultado acumulado. Em 2004, foram liberados R$ 333,5 milhões, que saltaram para R$ 1,7 bilhão apenas nos nove primeiros meses de 2007. O desempenho representa um resultado 17% superior ao obtido em todo o ano passado, de R$ 1,3 bilhão. As liberações do BNDES, no período, apenas para o cultivo de cana-de-açúcar foram de R$ 1,2 bilhão, e para co-geração, de R$ 658 milhões.


As aprovações também cresceram de forma significativa, atingindo R$ 5,8 bilhões de 2004 até setembro de 2007. O total aprovado em 2006 (R$ 1 bilhão) foi quase quatro vezes superior ao registrado em 2004 (R$ 323,3 milhões). Nos nove primeiros meses deste ano, o valor aprovado (R$ 3,3 bilhões) foi 160% superior ao de todo o ano passado (R$ 1,2 bilhão).


Tal desempenho é determinado, principalmente, pelo aumento das aprovações de projetos de produção de açúcar e álcool, que responderam por R$ 4,4 bilhões do total de R$ 5,8 bilhões. Cabe destacar, no entanto, que a partir deste ano o Banco começou a receber projetos de pesquisa e desenvolvimento no setor e as aprovações já somam R$ 74,6 milhões nos nove primeiros meses de 2007.


Co-geração - Os investimentos realizados no cultivo da cana para produção de açúcar e álcool também são, em parte, destinados à co-geração, a partir do bagaço da cana, trazendo impactos favoráveis para o meio ambiente. Em muitos casos, tais operações substituíram a queima de combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo pelo bagaço de cana, resíduo da produção de açúcar e álcool, contribuindo para a redução da emissão de carbono na atmosfera.


Há atualmente no Banco 47 projetos, com potencial para atingir 1,4 mil megawatts (MW) de energia elétrica, a ser disponibilizada no sistema nacional. Para se ter uma idéia da capacidade de geração a partir do resíduo da cana, o potencial supera a meta inicial estipulada para os projetos a partir de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) do Proinfa, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, que era de 1,3 mil MW. As operações de co-geração somam financiamentos de R$ 2,2 bilhões, dos quais R$ 1,1 bilhão já contratado.


Região – Os investimentos de maior porte do setor sucro-alcooleiro, ou seja, acima de R$ 300 milhões, estão concentrados no sul do Mato Grosso do Sul e no sul de Goiás, bem como no extremo oeste de Minas Gerais. Isso ocorre em função do menor custo de produção, sobretudo em razão do baixo custo de arrendamento da terra.


Já os investimentos menores, com freqüência destinados à ampliação de usinas existentes, concentram-se em regiões com significativo parque industrial instalado, cujo exemplo principal é São Paulo.


Em relação à co-geração, a análise de distribuição regional dos projetos evidencia uma significativa concentração no Estado de São Paulo. Isso ocorre em função do amplo parque instalado de usinas e da densidade da malha de transmissão. Já os projetos de novas usinas concentram-se em Minas Gerais, MatoGrosso do Sul e Goiás, estados que compõem a fronteira da expansão do setor.


Os desembolsos para a região Sudeste têm participação significativa, o que se explica pela importância do parque de usinas em operação no Estado de São Paulo. No entanto, há um relevante crescimento da região Centro-Oeste, sobretudo em razão da escolha de Goiás e Mato Grosso do Sul como estados preferenciais na recepção dos investimentos em novas usinas.

Fonte: Assessoria de Comunicação/BNDES

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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