4 lições a aprender da crise da Ucrânia

4 lições a aprender da crise da Ucrânia
19/3/2014, Wang Yiwei, People'sDaily Overseas Edition, Pequim (editorial)
http://english.peopledaily.com.cn/98649/8570918.html

A Ucrânia tornou-se campo de batalha final na "guerra fria" e vai-se convertendo em possibilidade que a crise dispare uma segunda "guerra fria".

A declaração de independência da Ucrânia, pelo Parlamento da Crimeia, antes do referendo de 16/3 indica que a Crimeia pode seguir avante e unir-se à Rússia. Os tambores de guerra entre Rússia e países ocidentais nos ensinam quatro coisas.

Um conflito geoestratégico levou à catástrofe a política das grandes potências

Muitos no oeste da Ucrânia são católicos, e no leste da Ucrânia a maioria são crentes da religião russa ortodoxa. A crise financeira causou conflito entre civilizações, empurrando a Ucrânia para a beira da bancarrota e da fragmentação. Assim se criou um vácuo que deram às grandes potências um incentivo para que se imiscuíssem em assuntos internos da Ucrânia.
 
A superdependência da Ucrânia à Rússia é o ponto vulnerável de sua segurança nacional
 
Em anos recentes, países ocidentais conseguiram promover várias mudanças de regime. A Ucrânia está à beira de ter de declarar 'calote' e bancarrota. A superdependência da Ucrânia à Rússia é o ponto vulnerável de sua segurança nacional. Países ocidentais aproveitaram-se  desse ponto fraco, para seus esforços para promover mudança de regime na Ucrânia.
 
O fracasso dos países ocidentais, que não colheram as lições da história, resultou em conflito
 
O colapso da União Soviética no final da guerra fria gerou um grau de complacência no Ocidente. Na sequência, com a ascensão do neoconservadorismo e do neoimperialismo, os EUA embrulharam-se em conflitos, como a invasão do Iraque e a guerra no Afeganistão. Esses pontos de estresse são resultado da incapacidade do Ocidente para compreender as lições da história.
 
Os duplos padrões dos países ocidentais demonstram sua hipocrisia
 
Alguns países ocidentais foram lépidos ao apoiar o referendo pela independência que se fez na Província Autônoma do Kosovo e Metohija entre 26-30/9/1991. Agora, só fazem repetir objeções ao referendo na Crimeia. No passado, muito defenderam direitos humanos - por exemplo, que o direito à autodeterminação prevalece sobre a soberania. Agora, falam como se nada fosse mais importante que a soberania e a integridade territorial da Ucrânia. Esses duplos padrões explicam-se pelo fato de que, na análise final, os valores das potências ocidentais são inteiramente determinados por seus próprios interesses.
 
Dia 17/3, os primeiros resultados mostravam que 96,6% dos crimeanos votaram a favor de se integrarem à Rússia, no referendo de domingo. Os EUA recusam-se a aceitar o resultado do referendo. A crise da Ucrânia continua a ser duro desafio no caminho das grandes potências. 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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