O desafio de Putin diante das vésperas dos jogos de Inverno em Sochi

O desafio de Putin diante das vésperas dos jogos de Inverno em Sochi e os recente ataques a Volgogrado. Mais um capitulo do terrorismo global foi escrito, por mais uma vez terroristas atacaram a Rússia, na cidade de Volgogrado, cidade essa que carrega o passado como Stalingrado por ter sido o palco da batalha mais heróica da segunda guerra fazendo com que a Alemanha Nazista começasse a recuar e finalmente ser derrotada.

Esse novo capitulo triste foi escrito com dois ataques, o primeiro a estação de central de Volgogrado no dia 29 de Dezembro e o segundo a um ônibus coletivo no dia 30 de Dezembro totalizando 36 mortos. As investigações oficiais russas evidenciaram que o ataque ao metro foi perpetrado por uma jovem islâmica da região do Dagestão e o ataque do ônibus por um rapaz da região de Mari El.

Não há dúvidas que esses ataques vão de encontro com o início dos jogos de inverno no balneário de Sochi no mar negro, o terrorismo pretende desestabilizar o governo o russo, impor medo a população, afastar os participantes dos jogos e até se possível impedir que os jogos aconteçam. Os motivos são os mesmos, busca da independência do território russo.

A natureza dos ataques e a estratégia com que foram organizados, de fato tem seus elementos diferentes de ataques anteriores que ocorreram na Rússia. Os terroristas identificados nos últimos ataques são provenientes do Daguestão, rompendo com a regularidade da Chechenia, os ataques que ocorreram foram de baixa proporção, isso demonstra que sua capacidade de organização está ficando mais fraca entretanto não menos difícil de ser localizada. Não ocorreram ataques recentes as capitais russas, naturamente com os últimos protestos de uma parcela da população contra o governo um ataque a Moscou fortaleceria a imagem de Putin contra o terrorismo e não o inverso, por essa razão não fizeram ataques naquela região. Provavelmente Volgogrado foi escolhido para o ataque em razão de ser uma importante e emblemática cidade russa do Cáucaso que não estava mantendo um rigor na segurança para possíveis ataques, situação completamente diferente da cidade de Sochi a qual está muito mais monitorada.

Depois da pacificação da cidade de Grozny e do território checheno, o conflito naquela região cessou, os principais lideres terroristas chechenos foram aniquilados, Shamil Basaev, Amir Kattab e Movsar Baraev, atualmente não são registrados ataques ou operações do exército russo em larga escala, essa vitória russa na região foi um golpe duro para o extremismo islâmico que foi forçado a concentrar e levar os seus recrutas e militantes para treinamento na região do Daguestão. Os financiamentos vindos da Al Qaeda e de outros subsidiários tem diminuído, visto que os terroristas do Iraque e o Afeganistão tem se desgastado muito em suas campanhas contra os EUA. Com a concentração do apoio ao extremismo islâmico na guerra da Síria a Al Qaeda tem se concentrado naquela região no momento mas não tem cessado os aportes financeiros para o norte do Caucaso.

O principal líder financiado no momento é Dokku Umarov que se proclama o emir do Caucaso norte, baseado no Daguestão seu objetivo é expandir o extremismo islâmico no território russo, jovens viúvas e jovens sem condições financeiras, bases educacionais solidas e com péssima estrutura de subsistência são facilmente ludibriados a combater por objetivos e ideais que em fato nem sabem se acreditam ou não, dessa forma o terrorismo na Rússia ainda sobrevive.

Com Chechenia estabilizada a Rússia tem uma possibilidade de obter uma vitória absoluta na guerra contra o terrorismo no seu território visto que o Daguestão é o único que articula algum tipo de operação, dessa forma em seu ultimo discurso em Volgogrado Vladimir Putin enfatiza que colocará um ponto final aniquilando o terrorismo na Rússia.

De fato nem EUA nem a ONU não podem criticar essa iniciativa russa visto que os ataques a Boston foram perpetrados por Tamerlan Tsarnaev e seu irmão treinados no Daguestão, além disso perceberam que o argumento russo da não intervenção na Siria estava correto, pois retirar Bashar al Assad do poder seria trazer os terroristas ao poder na Siria.

Dimas Melo Wigerinck

[email protected]

 

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
X