Rogozin é um boxeador que vai pelear com Nato

A nomeação de Dmitri Rogozin, que a imprensa ocidental qualifica de “nacionalista “, como o novo embaixador da Rússia na Nato, supõe uma demonstração de músculos e um sinal de diálogo duro , opina a maioria dos expertos russos, ainda que alguns recomendam não exagerar o papel do novo “homem de Moscovo em Bruxelas”.

 “ Ao largo destes últimos anos , Rogozin era um duro crítico da Nato e , especialmente, do processo de sua expansão, de maneira que seu nomeação é uma prova indireta dos dirigentes russos estarem descontentes com a política da Aliança” , destacou Viacheslav Níkonov, o presidente da Fundação Poltika.

 O prestigioso politólogo alemão, Alexander Rahr, também se mostra convencido de Rogozin ser um partidário da linha dura. “É um boxeador que vai  pelear com Nato”, disse.

Dmitri Danilov, o colaborador do Instituto russo da Europa, acredita incorreta a idéia de as relações poderem piorar com a designação de um ou outro diplomático.“ A função de um embaixador é transmitir e retransmitir a política do Estado. Outra coisa é que sua energia e suas características pessoais determinam até que grado a relação pode cambiar para melhor”.

 “ É evidente que a Rússia de hoje ganha mais com ter em Bruxelas um nacionalista dócil, e não um romântico dócil”, opina Alexei Malashenko do Centro Carnegie de Moscou. Pelo menos , Rogozin não terá tempo agora para consignas xenófobos tipo “Limpemos Moscovo de lixo! ”, tendo em conta oriundos do Cáucaso e da Ásia Central, segundo Malashenko.

 O próprio Ragozin, em um artigo publicado na Rossiyskaya Gazeta destaca que os países membros da Nato “ devem entender que sua segurança não pode ser alcançada a expensas da segurança de outros “.

“Será o presidente da Rússia quem vai me dar as tarefas concretas, pois, é ele que define a política exterior do país. Quanto aos problemas , são óbvios - Kosovo, Irão, Afeganistão, e Tratado FACE”, segundo Rogozin. O Tratado de armas convencionais (FACE) “é uma questão de confiança entre Rússia e Nato “, acredita o novo embaixador."

“ O mapa político da Europa alterou muitíssimo e necessitamos ter garantias da segurança claras. O objetivo básico de que devemos partir é fomentar a confiança”, disse.

Por Lyuba Lulko

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