Bielorrússia, a última das Repúblicas Soviéticas

Bielorrússia, a última das Repúblicas Soviéticas. 14971.jpegBielorrússia, uma pequena República que faz divisa com a parte ocidental e européia da Rússia. Quase não é lembrada pelo mundo, quando é, é para ser taxada pela conservadoríssima União Européia e pelo imperialista Estados Unidos como a "última ditadura da Europa". Engraçado é que nem os movimentos progressistas e comunistas de todo o mundo se lembram dela. Há um vácuo em relação a informações sobre esta nação, um vácuo que é esparsamente ocupado apenas pela propaganda direitista, que nutre um ódio profundo contra o regime igualitarista do Presidente Alexander Lukashenko.

Lukashenko foi eleito primeiramente em 1994, pela considerável votação de 80% da população. Isto porque suas propostas eram muito próximas do sistema socialista soviético, que gozava de grande popularidade entre os cidadãos - como mostra o referendo feito na URSS em 1991, mais de 70% da população defendia a continuidade do país socialista. Lukashenko defendia uma nação orientada para o bem-estar social do povo, e não para o enriquecimento da burguesia. As características mais proeminentes do sistema soviético eram mantidas em suas propostas, como toda a gama de serviços públicos eficientes, modernos e voltados para a população (entre eles, o sistema educacional, o sistema de saúde, de transportes, de segurança, etc.), a economia fortemente nacionalizada e estatal, além da manutenção de parte da cultura e das tradições soviéticas.

Firmemente fiel aos seus princípios, o Presidente Lukashenko pôs em prática suas propostas e o resultado foi um enorme contraste em relação as outras ex-Repúblicas socialistas: progresso. Enquanto Rússia, Ucrânia e outras chafurdavam na miséria após as criminosas privatizações das riquezas populares (resultando em milhões de mortes por falta de recursos e infra-estrutura pública que desse assistência aos cidadãos), a Bielorrússia se desenvolvia a passos largos, com a economia crescendo, em média, de 5% a 10% ao ano. A taxa de analfabetismo foi mantida nos baixíssimos padrões soviéticos (0,3%) e o desemprego encontra-se abaixo de 1%. Outro índice interessante é que a diferença do maior para o menor salário é de 5 vezes apenas.

É notável a proximidade do atual regime Bielorrusso com a antiga República Soviética, com a devida diferença de que ele não é um Estado socialista por completo. Existem várias empresas privadas (cerca de 47% da população é empregada por empresas privadas) e, portanto, uma classe burguesa. No entanto, ela não é favorecida pelo governo, que mantém suas metas voltadas ao desenvolvimento social de seu povo.

Devido a estas características, a República da Bielorrússia sofre com a oposição das potências imperialistas, ávidas por seu mercado consumidor e pela força de trabalho de alto nível (altamente educada e especializada). A cada eleição, Lukashenko é desafiado por um candidato marionete dos EUA que, obviamente recebe uma votação ínfima. Nas últimas eleições (2010), Lukashenko alcançou 79% dos votos, esmagando a fraca oposição pró-Ocidente. É lógico que para a mente dos imperialistas só pode ter ocorrido fraude, mas para qualquer pessoa que olhe para a situação do país sem qualquer tipo de preconceito, é óbvio que o grande desenvolvimento econômico (em 2010, o poder de compra do povo bielorrusso aumentou em 8.7%) e social da nação pesa bastante para o lado de Lukashenko. Quem em sua sã consciência votaria em uma oposição pró-Ocidente? Ainda mais com mais outra crise do liberalismo abalando boa parte do mundo.

E quanto ao sistema político Bielorrusso? As alegações das potências imperialistas do mundo acerca da Bielorrússia ser a "última ditadura da Europa" têm alguma base? Devo dizer que não. Aliás, o sistema político Bielorrusso me parece muito mais democrático do que as tiranias burguesas semelhantes aos Estados Unidos. Ele é largamente não-partidário, ou seja, a maioria esmagadora dos membros da Assembléia Popular não tem Partido (em 2007, 98 dos 110 parlamentares não tinha afiliação partidária). São eles membros de organizações como sindicatos, associações públicas e organizações da sociedade civil. Esta peculiaridade lembra bastante o modelo político cubano, já que este também é não-partidário (assistam o documentário acerca dos direitos humanos em Cuba aqui: http://mamayev-kurgan.blogspot.com/2010/12/com-cuba-pela-liberdade-e-pelo.html).

Portanto, vejo na Bielorrússia e em Lukashenko, um farol de resistência à tirania do capital e do imperialismo. Um país pacífico, progressista, de mentalidade socialista e nacional-desenvolvimentista. Um país que se orgulha - e com razão - de sua herança Soviética. Um pequeno e esquecido país que é um grande exemplo para a humanidade.

Para os interessados, um bom artigo sobre a cortina de mentiras feita pelo ocidente acerca da Bielorrússia: http://marxistleninist.wordpress.com/2011/02/24/belarusian-presidential-elections-western-portrayals-of-lukashenko%E2%80%99s-government-and-the-recent-elections-are-a-far-cry-from-the-truth/

A maioria dos dados sobre a Bielorrússia presentes neste texto podem ser encontrados na página sobre esta nação na Wikipédia. O resto dos dados foram retirados do artigo explicitado acima.

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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