MANIFESTO DA VERGONHA CONTRA A MENTIRA

O Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friederich Engels escrito em Janeiro de 1848, se permitisse uma transcrição contemporânea, abordaria os pontos expostos na seqüência.

É lógico que estamos sós.

Hoje, a luta de classes é muito mais gritante. As diferenças entre ricos e pobres se multiplicaram violentamente. O mundo testou o capitalismo, o neoliberalismo, o marxismo, o socialismo. O que funcionou? A resposta é contundente. Até agora tudo tem sido um estrondoso fracasso. Salvam-se raríssimas exceções.

Marx, Engels, Proudhon, Lassalle, Bakunin e tantos outros se pudessem ser resgatados em vida, sentir-se-iam horrorizados.

É preciso encontrar um caminho mais justo, humano e inteligente.

Propomos a Economia Participativa com a integração eficaz de todos humanos na vida social, econômica, política e humana.

1. A exploração sem vergonha

A maioria dos trabalhadores é explorada pelos empresários e governantes. Obedece a padrões de escravidão: cumpre ordens, realiza tarefas, sofre pressões por produtividade, recebe ameaças de dispensa, atende horários, enfim.

A maioria é selecionada nos mesmos moldes que os antigos escravos: fica nas filas do emprego e desemprego; sofre medidas e comparações de todos os tipos; e depois de tudo, recebe a tortura psicológica de ser mandado embora se não atender os padrões estabelecidos.

São raros os empregados que nunca sofreram qualquer tipo de ameaça e podem prestar seus préstimos sem estresse.

Os feitores olhavam os dentes dos escravos e avaliavam suas reações de pavio a pavio. A diferença de ir e vir para casa só amplia a conveniência dos empregadores. No resto, o regime é o mesmo.

É evidente que todos precisam participar da sociedade trabalhando para o seu bem-estar. O homem é um ser social e participativo. Todos precisam de todos.

O que está errado é a relação de poder, mando e domínio entre empregadores e trabalhadores.

O governo suga os trabalhadores cobrando cargas exageradas de tributos, taxas, contribuições. Sem meias palavras, assalta e rouba sob proteção oficial. A retribuição é pífia e enganosa.

Os trabalhadores aceitam calados por simples jogo de necessidade de sobrevivência e manutenção. Ninguém consegue viver sem renda. Infelizmente, aceitam a escravidão.

A relação de trabalho precisa ser reavaliada, reformada, revisada.

Os sindicatos e órgãos de proteção do trabalhador não passam de sanguessugas e parasitas. São exímios encenadores pagos à custa dos escravos trabalhadores. Viajam para cima e para baixo, comem do bom e melhor, e adoram a mídia. Fazem o jogo do governo: me-engana-que-eu-gosto.

Empregadores, governos, sindicatos e órgãos patronais não se interessam pela sorte dos trabalhadores. Procuram cumprir as leis como mera formalidade para não sofrer sanções. Não estão compromissados com a participação de todos na sociedade.

O direito de todos participarem da sociedade deve ser preservado pelo governo e comunidade. Os desempregados devem ser reempregados imediatamente. Nenhum cidadão pode ficar alijado da participação social, econômica, política, humana. O seguro-desemprego e medidas similares, oriundas do capitalismo selvagem com dor de consciência, não é solução. Todos devem ter o direito garantido de participar da sociedade.

Isto força os governos a se compromissarem com o desenvolvimento de negócios e empregos. Os governos são eleitos para atender as necessidades da comunidade. Devem governar em nome de todos, para o bem geral, sem exceção.

É impossível qualquer cidadão viver sem renda. Trata-se de um ônus da comunidade. Cabe a ela a responsabilidade de educar, preparar, ensinar, treinar todo indivíduo, garantindo o nível mínimo de convivência social.

O sistema vigente é o maior gerador de exclusão. Gera insegurança, distúrbios, favelização, contrabando, submundo, desumanização e por aí afora, como testemunhamos no dia a dia.

No mundo inteiro, mais de um décimo da população economicamente ativa está desempregada.

No mundo inteiro, quase 1 bilhão de viventes passam fome.

No mundo inteiro, quase 4,3 bilhões vivem excluídos do mercado de consumo, sem condições de adquirir a casa própria, bens, produtos e serviços amplamente propagandeados por todos os cantos e meios.

No mundo inteiro, os excluídos são pior que gado em direção ao matadouro. Sofrem todos os tipos de agruras. Os direitos humanos básicos, garantidos enganosamente pelas nações unidas e os mais poderosos do mundo, não passam de balelas.

É muito mais econômico e inteligente transformar tudo que se gasta com segurança nacional e internacional em geração de emprego e renda para a melhoria de qualidade de vida de todos.

No entanto, é muito mais vantajoso produzir armas de destruição em massa, promover a guerra, gastar fortunas e fortunas em aparatos tecnológicos para controlar as mentes das pessoas, porque estes negócios escusos precisam do benemérito governamental. Em troca, financiam campanhas públicas, suportam mordomias, pagam ações secretas e assassinas para garantir o poder que usurpa, extrapola, escraviza.

2. O governo sem vergonha

A maior parte dos governos explora seu povo, preservando o poder custe o que custar. Mesmo nos países desenvolvidos, entram em conluio com os políticos para praticar ações de mando, domínio, subjugando suas comunidades.

A maior parte dos governos não passa de negociadores de interesses dos grandes e ricos.

Na frente levantam as bandeiras da democracia, da liberdade, dos direitos humanos. Nos bastidores tramam traições terríveis violentando suas próprias palavras de aparência. Falta autenticidade, transparência, verdade. Sobra mentira, mentira e mentira.

As instituições estão corrompidas e contaminadas pelo poder. O jogo é terrível, avassalador, vergonhoso.

A maior parte dos governos não tem a menor vergonha. A preocupação é com a notícia, com a versão do fato, com o controle da mídia.

Por trás, os interesses são indescritíveis. Ninguém sobreviveria com uma câmera de voz e vídeo ao vivo. Ninguém resistiria ao jogo da verdade. Os governantes aprendem a arte de ludibriar.

Em regra geral, o dinheiro de todos nunca tem dono. Por isso é o dinheiro mais cortejado do mundo inteiro. Paga sonhos e mordomias superiores aos cobrados pelos senhores feudais e monarcas das histórias do passado.

O poder precisa ser controlado, limitado e supervisionado do começo ao fim. Sem descanso. Sem folga. Sem concessão.

A divisão de poderes procura esconder a supremacia do executivo. O legislativo e judiciário são exímios na arte da hipocrisia.

As teias dos três sistemas se multiplicam por um emaranhado fantástico de burocracia, contradições, loucuras e desfaçatez.

O jogo admite alternativas e saídas para garantir o exercício do poder e da corrupção. Nos países em desenvolvimento, a corrupção tem sido visível. Nos países poderosos, é uma corrupção disfarçada no jogo de influência. Ambas continuam corrompendo.

Existe a necessidade clara da gestão pública eficaz. Em paralelo, esta gestão precisa ser fiscalizada com autonomia, independência e rigor.

Existe também a necessidade clara da representação de todos os cidadãos. O representante tem o papel de mostrar as expectativas das comunidades.

Não existe necessidade de se construir diariamente leis e mais leis constituindo um emaranhado de regras e possibilidades. Os legisladores podem muito bem adequar os princípios gerais de tempo em tempo, exemplo de quatro em quatro anos, pelo prazo máximo de um ano.

O judiciário precisa ser totalmente independente, justo e acessível a todos sem distinção de poder, classe, riqueza.

3. O corporativismo sem vergonha

A sociedade moderna estimula a organização das minorias. Daí para o corporativismo é um passo. Daí para a obtenção de benefícios e vantagens diferenciadas é outro passo.

A prioridade precisa ser sempre das maiorias. É comum exceções se transformarem em regras gerais privilegiando uns poucos.

Médicos, juízes, servidores públicos, autoridades se posicionam acima da maioria. Dão-se ao luxo de fazer o que bem entendem sem a necessidade de prestação de contas.

Quantos pacientes são assassinados impunemente pelos médicos? Quantos réus são incriminados inocentemente pelos juízes? Quantos cidadãos são explorados continuamente pelas autoridades?

Todos devem ter igualdade absoluta de direitos e deveres.

4. O rico sem vergonha

No mundo inteiro, um por cento dos mais ricos ganha mais que a metade de toda população mais pobre. Essa desigualdade constitui uma injustiça flagrante. Um cidadão possui 200 casas quando a maioria é um sem-teto. É necessário estabelecer um limite de riqueza em relação ao mais pobre. Quem quiser ficar mais rico precisa obrigatoriamente melhorar o padrão do mais pobre.

O pior é que o rico domina o poder estabelecido. Compra o que deseja. Corrompe. Desequilibra. Subverte valores e princípios.

5. O planeta sem vergonha

A humanidade está desequilibrando o meio social e ambiental de todo planeta terra. O homem aprendeu a depredar tudo que encontra pela frente: rios, florestas, flora, fauna, recursos, e principalmente o próprio homem. Tudo em nome do desenvolvimento e do favorecimento dos mais ricos.

O risco catastrófico é cada vez maior. Sem o equilíbrio da atmosfera podemos causar a destruição da vida. Falta bom senso, maturidade, sensibilidade.

6. O dinheiro sem vergonha

O planeta tem um deus maior que todos existentes: o deus-dinheiro. Por ele, vendem-se corpos, corações, órgãos, princípios, dignidades, verdades e mentiras.

O deus-dinheiro é ao mesmo tempo o diabo-dinheiro. Com ele, se pode tudo. Mulheres, ilhas, iates, carrões, jatinhos, helicópteros, prazeres e mais prazeres.

É perseguido pelas igrejas, pelos governos, pelos bandidos, pelos pobres e terrivelmente pelos ricos.

7. Onde enfiaram a verdade?

Os políticos mentem. As autoridades mentem. Os ricos mentem. As igrejas mentem. O mundo tem se transformado em uma grande mentira.

Os pobres e excluídos vivem das mentiras dos incluídos, dos poderosos, dos senhores do mundo.

A mídia fala da casca, da realidade aparente, do fato fotografável. Não consegue chegar à verdade.

E todos correm do medo. Medo da morte, medo do terrorismo, medo do poderoso, medo do inferno, medo da desgraça, medo da derrota, medo do fracasso.

A verdade é possível.

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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