A educação no Brasil subdesenvolvido

Com uma pá, uma picareta e uma enxada, que são instrumentos, tanto podemos construir como destruir uma casa. Depende do nosso projeto.

A educação pode ser usada tanto para construir como para inviabilizar uma nação. No Brasil a educação sempre foi usada para manter o povo alienado, sem as informações necessárias para uma avaliação crítica da nossa realidade. As informações com que alimentamos o nosso robô interior é que vão servir de base aos nossos conceitos e opiniões. Como em geral essas informações são distorcidas, distorcida é a imagem que fazemos da realidade.

Enchemos o nosso robô interior de dados inúteis e deixamos de nele colocar as informações que poderiam melhorar a nossa vida e a de nossa pátria.

As universidades brasileiras são simples cópias das universidades do Primeiro Mundo. Como no Primeiro Mundo não há subdesenvolvimento e falta de soberania, as universidades brasileiras sequer mencionam a questão. A maioria dos nossos professores universitários não são criadores de cultura, são simples repetidores dos ensinamentos dos mestres do Primeiro Mundo. São incapazes de usar os próprios valores no julgamento dos homens e dos fatos.

Buscam através de livros o conhecimento de uma realidade que nada tem a ver com a nossa. São meros papagaios repetindo nas salas de aula, as lições de mestres de um mundo decadente, em que a capacidade de criar entrou em declínio. Estão voltados para a sua vaidade pessoal. O seu objetivo não é fazer das suas aulas um instrumento de conscientização, mas exibir uma cultura livresca destituída de calor e vida. Para eles a glória suprema não está em servir à causa da educação no Brasil, mas em brilhar nas salas de aula do Primeiro Mundo e em conquistar diplomas de doutor honoris causa no estrangeiro.

Em vista desta falta de sintonia com a realidade nacional, a educação brasileira não pode ajudar nosso povo a encontrar o seu caminho, permanecendo afastada do nosso processo político. A universidade brasileira é analfabeta politicamente. Ela não ouve, não fala e nem participa dos acontecimentos políticos. É negligente e medíocre. O intelectual brasileiro pensa com a cabeça dos outros. Ao invés de usarmos os nossos próprios valores e aprendermos com nossa realidade, aceitamos passivamente as idéias que vêm de fora, sem levar em consideração as nossas peculiaridades e experiências. No Brasil, quanto mais culta à pessoa, mais ignorante.

A cultura que lêem (do Primeiro Mundo) só pode ser útil se submetida a rigoroso espírito crítico. Os intelectuais brasileiros são alheios a realidade, ignorantes sobre nosso país e têm uma vaidade doentia. Outro grande problema que sucateia a educação brasileira é a falta de verbas para investimentos. Os acordos assinados pelo governo com o Fundo Monetário Internacional exigem medidas que acabam com nosso poder de escolher e decidir livremente o destino dos recursos do orçamento e, consequentemente, o destino da educação brasileira.

A educação brasileira deve se voltar para o rico e variado mundo nacional e ser usada para esclarecer o povo da realidade nacional. Toda vez que aceitarmos no nosso país idéias e valores vindos de fora estaremos contribuindo para inviabilizar a nossa nação. Só um projeto de educação fruto do nosso saber e da nossa experiência, tornará possível ao Brasil a sua plena realização como nação.

Leandro Nacionalista é aluno de psicologia do Unicentro Newton Paiva e um dos fundadores do movimento “ A Nova Inconfidência”. Email: [email protected]

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