As Armas Nucleares

Fazendo uma análise geral desde os tempos pós-Guerra Fria até os tempos atuais, percebo que há alguma coisa muito errada no cenário mundial. Antes de mais, não entendo por que a OTAN existe até hoje. Aliás, entendo, mas, teoricamente, não teria motivos para ela existir mais, já que ela foi criada para evitar o avanço socialista.

Vamos pular essa parte pois a OTAN, como a ONU, estão presentes hoje para garantir a hegemonia norte-americana, seja como for... E quando algum desses órgãos não atende às exigências dos Estados Unidos, ocorre o que vimos na situação do Iraque: é ignorado. Agora vou para o assunto do momento: o arsenal nuclear da Coréia do Norte.

Com todo respeito à comunidade mundial, uma pessoa precisa ser muito ignorante para achar que o ditador norte-coreano deva se desarmar, sabendo que existe no mundo um país como os Estados Unidos, que possui todas as armas que acha necessário e adora usá-las para ameaçar as demais na ONU.

Eu agradeço Rússia, China, Paquistão, Índia, Irã e até mesmo Coréia do Norte por manterem seus arsenais nucleares em seus territórios. Não sei o que seria do mundo hoje se não fosse essa defesa. Provavelmente seriam os Estados Unidos, com suas bombas atômicas, suas armas químicas e biológicas, mandando unilateralmente no resto do mundo, formado por colônias de exploração. Acho impressionante a atitude da ONU em relação às armas nucleares.

Quando é Coréia do Norte, a ONU se reúne para tentar impedir o avanço do programa nuclear e faz pressão, pois trata-se de uma ameaça ao mundo, já que esse país faz parte do “eixo do mal” e não tem competência para administrar as possíveis armas.

Desculpem, mas eu não me sinto ameaçado pela Coréia do Norte, apesar de o presidente Kim Chon Il não ser um dos mais simpáticos que eu já vi. No entanto, como deveria ter sido no Iraque, a ditadura interna nada tem a ver com o cenário mundial. E, agora, falando em “não ter competência para administrar armas”, tenho uma certa lembrança de um certo país – que por sinal foi o único até hoje que usou armas nucleares contra outro – que mandou duas bombas atômicas para colocar fim a uma certa guerra.

Isso me parece a demonstração mais evidente de incompetência para administrar armas nucleares. Há apenas duas opções coerentes para a situação das armas (sejam elas químicas, nucleares, biológicas ou simplesmente espingardas): ou todos os países do mundo são obrigados a se desfazer de seu arsenal, inclusive, obviamente, os Estados Unidos, ou todos são liberados a produzirem o que acharem necessário. Não vejo razão alguma para que algum país nesse mundo possa ter algo que a outros são proibidos. Eu prefiro ver Irã, Rússia, Iraque (que Deus o tenha!), China e Coréia do Norte com essa capacidade nuclear a ver os Estados Unidos com a mesma capacidade.

A ONU me dá náuseas com suas atitudes. Querem entrar na Coréia do Norte, na China, na Rússia e em Cuba para fiscalizar o arsenal militar e garantir que não há nada que “cause sofrimento exagerado ao inimigo”, como define a Cruz Vermelha (como se as demais armas não causassem sofrimento), mas quem fiscaliza os EUA?

Li um artigo bem interessante alertando sobre o futuro do Brasil nessa situação. Temos uma boa reserva de petróleo também e temos 12% da água existente no planeta. Imaginem se os norte-americanos resolvem dar a desculpa da dívida externa impagável, como sugeria o artigo, e iniciar um confronto com nossas “poderosas” forças armadas... Se eles fossem os únicos com arsenal nuclear, isso provavelmente já teria ocorrido. Só espero que a Coréia do Norte mantenha o seu arsenal, pois não quero ver a península sendo atacada, como ocorreu com o Iraque, e cheguei à conclusão de que quanto mais nações houver com armas nucleares, mais estável será o globo, a não ser que TODAS se desfaçam delas.

Tiago Zuanazzi Tomazzoni PRAVDA.Ru Caxias do Sul-RS, BRASIL

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Pravda.Ru Jornal
X