Isocracia

Os modelos existentes de gestão pública estão esgotados. Permitem e produzem desequilíbrios gritantes. A principal questão refere-se à distribuição de renda e conseqüente participação na vida social, econômica, política e humana.

A justiça se amolda à vontade do dominante. Os princípios e valores servem à interpretação da parte que comanda o jogo de interesses.

A democracia é uma grande panacéia. O povo escolhe entre as opções disponíveis. Depois engole em seco a ditadura abençoada pelo voto livre. Se o governante corresponder, o povo ganha na loteria. Do contrário, torna-se refém do mandatário. Trata-se de uma situação comum e corriqueira.

Não há equilíbrio entre o executivo, legislativo e judiciário. Sempre o executivo impera. Os demais poderes são meros coadjuvantes da grande encenação pseudo-democrática.

Os políticos podem mentir à vontade. Podem prometer além da realidade. Podem influenciar as decisões e benefícios. Podem esquecer os interesses da maioria em prol das vantagens pessoais.

A guerra e a insegurança interessam à indústria bélica, mais importante que o investimento mundial em educação e saúde. O extermínio de seres humanos, o domínio de povos, a ocupação de territórios como o caso do Iraque só é possível pelo poder esdrúxulo e louco concedido a Bush, Blair e companheiros limitados.

Está na hora de parar a produção das armas de destruição em massa. Está na hora de parar a poluição do planeta. Está na hora de promover a inclusão dos excluídos. Está na hora de modernizar a gestão pública. Está na hora de resgatar a verdade, o compromisso com a real melhoria de qualidade de vida das comunidades, a transparência, o respeito pelas diversidades, a representatividade de todos os cidadãos do planeta sem discriminações, manipulações, domínios.

A astronomia contemporânea admite que 17 mil sistemas solares possam abrigar vida. Ainda utilizamos uma parcela pequena do nosso potencial de inteligência. Não aprendemos a arte de conviver. Estamos muito aquém do desenvolvimento humano. Infelizmente caracterizamos o homo predator. Somos especialistas em destruir, destruir, destruir.

Ninguém consegue produzir armas mais poderosas que as idéias. Ninguém consegue calar a liberdade. Ninguém consegue dominar o acontecer da história.

Podemos cruzar os braços, tampar os ouvidos, fechar os olhos. Ou podemos reagir. Podemos nos acomodar com a força da opressão. Ou podemos pensar. Podemos aceitar o jogo do poder, capaz de matar, assassinar, exterminar, segregar, discriminar. Ou podemos transformar o mundo. Podemos nos acovardar. Ou ousar humanidade.

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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