O poder e outras moscas...

O PT é um partido que as suas decisões só podem girar ao redor do seu umbigo unilateral e, por isso, os menos egoístas, que queriam e querem um governo voltado para o povo, o todo, são diariamente fuzilados no paredão absolutista do egoísmo autoritário encarnado.

Se há alguma dúvida quanto à citação da frase de Eça de Queirós, mesmo depois dos escândalos das agências privilegiadas pelo governo companheiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entrega a conta dos empréstimos cedidos às prefeituras petistas. Os números foram contabilizados entre os meses de janeiro de 2003 a julho de 2004. Até agora, 78% dos empréstimos concedidos pelo Banco, ou R$ 651.004.149,00 de R$ 835.057.218,00, foram para o do Partido dos Trabalhadores. Dos 29 contratos de financiamentos para infra-estrutura e programas sociais, 14, ou 48,2% deles, foram para as prefeituras petistas. Se isso fosse feito para as prefeituras do PSDB durante o governo FHC, o bloco oposicionista petista vestiria suas fantasias de esquerdistas e sairia desfilando seu carnaval demagogo pelos corredores do Congresso Nacional. Os empedernidos de outrora, são os floridos de agora, e governo central sitiado pelo arraiá dos companheiros. Que retrocesso...

E Lula, o tão sonhado homem sem lastro e sem contratos que chegou ao poder, não abdicou da velha máxima do poder direitista, elitista: “Aos amigos tudo, aos inimigos, todo o rigor da Lei”. As mocas são outras, mas a podridão...

Até aqui, o presidente está apenas fazendo conta de números, centrando o seu desgoverno aí, na manipulação silenciosa da situação. A economia vai bem, afirma sempre Lula. Mas o povo vai mal, muito mal. Se Lula lembrasse dos velhos tempos e começasse a viajar Brasil afora com sua caravana da esperança, teria a exata noção de como se encontra a Nação: andando à pé e sem chinelos. Mas como o presidente só viaja de avião, e vê tudo de cima, através dos números, não pode sofrer e chorar junto com o povo, apenas dividir cafés com os banqueiros internacionais, os que pagam o combustível para o avião presidencial estar sempre passando por cima da nossa realidade nacional, social. Pobre do Lula, mais pobre de nós.

E pela linha do tempo, a esperança depois de ter perdido o último trem salvador, caminha solitária por uma estrada deserta, pavimentada por um governo bem pé de chinelo. Vai ela em frangalhos por um caminho solitário, cheio de pó e tristeza. Já não é a mesma de outrora, e toda vez que o presidente Lula se senta à mesa para decidir questões de foro nacional, se vê alvejada no peito, e o povo, no bolso. Estamos todos nós mais pobres, desde que o presidente Lula chegou ao poder.

Ainda assim, de pés descalços, vamos nós, marchando em plena noite escura, em busca de uma estrela que brilhe verdadeiramente na noite brasileira, nos guiando por um caminho iluminado e alvissareiro. Vamos nós de coração aberto e sonho refeito, alimentando a chama que não morre nunca, a chama que nos faz todo dia acreditar que mesmo depois da madrugada mais fria, o lindo sol da igualdade vai brilhar, para todos, no céu do Brasil inteiro.

Petrônio Souza Gonçalves jornalista e escritor [email protected]

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