Vítimas dos invasores

A invasão do Iraque não possui nenhuma legalidade internacional. Foi sustentada em mentiras, mentiras e mais mentiras. Não existem armas de destruição em massa. O antigo regime não representava nenhuma ameaça para a paz do mundo.

A ocupação é a maior pirataria de todos os tempos.

Os mais de 200 mil inocentes assassinados pela pirotecnia dos poderosos não podem falar nem se defender. Os líderes internacionais se calaram. Assistimos a mortandade sem reação.

As crianças, mulheres, velhos, soldados despedaçados pela brutalidade liderada por Bush, Blair e Aznar, na época da origem, não conseguem envergonhar o mundo que se diz civilizado quando mais parece bárbaro.

João Paulo II se esforçava para não cometer erros por palavras, ações ou omissões. Foi um dos poucos contrários à barbárie. Morto, reuniu os algozes em uma cerimônia de pompa hipócrita. Só podiam fingir que rezavam pelas almas dos inocentes.

Bastava uma vítima para exigir o repúdio da humanidade. O Iraque foi feito campo de morte, sem escrúpulos, princípios, honras.

É mais importante o sangue negro saqueado do povo indefeso. É mais importante a montanha de dólar investida na expansão da indústria bélica. É mais importante o jogo de extermínio como forma de entretenimento dos exércitos da vergonha.

Bastava uma vítima para exigir o repúdio da humanidade. Mesmo assim, as nações unidas permanecem caladas. Mesmo assim, os tribunais internacionais permanecem omissos. Mesmo assim, não existem lágrimas para as vítimas.

O que a humanidade pode fazer? O que você pode fazer? Nada ou muito pouco perante a arrogância dos donos do mundo.

Bastava uma vítima para exigir o repúdio da humanidade. O planeta aprendeu a não ouvir o lamento dos pobres, dos coitados, dos desgraçados, dos vilipendiados.

Continuam matando, exterminando, despedaçando. Enquanto os americanos choram pelos seus mais de mil e quinhentos homens mortos, poucos lamentam as mais de duzentas mil vítimas do outro lado, a maioria indefesa.

Para cada soldado americano morto foram exterminados cento e trinta e três iraquianos. A desproporção é a prova inconteste de brutalidade.

Bastava uma vítima para exigir o repúdio da humanidade. Lá na frente da história, outros governantes deverão prestar honras ao holocausto do Iraque. É bem provável que os responsáveis de hoje sejam chamados para repararem os extraordinários danos cometidos.

Trata-se de uma herança vergonhosa e ultrajante. Bastava uma vítima para exigir o repúdio da humanidade. A humanidade é cega, surda e muda. Ou a humanidade pertence aos donos do mundo. Ou a humanidade é refém dos senhores do poder. Ou a humanidade serve ao diabo.

Infelizmente bastava uma vítima para exigir o repúdio da humanidade.

O número de vítimas não faz qualquer diferença. O show do planeta dos bárbaros não pode parar. Réquiem in pacem.

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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