A institucionalização do terror

A primeira e pronta acusação se dirigiu ao ETA. O próprio Aznar ligou pessoalmente ara os meios de comunicação reforçando a versão salvadora.

Como faltava pouco para as eleições, boa parte dos espanhóis percebeu a manobra. Na realidade, a polícia espanhola está alicerçando a acusação sobre uma facção marroquina. A mentira de Aznar não colou.

Enquanto isso, Bush, Blair, Berlusconi e outros companheiros da coalizão precisam do terror mais do que ninguém para preservar seus poderes. Não interessa a paz, o acordo, o bem-estar da humanidade.

Infelizmente, muitos ainda não se apercebem dos jogos de interesses profundamente escusos e falsos. Quando o governo Bush foi avisado da tentativa de um ataque terrorista eminente, antes de 11 de setembro, ele estava perdido, tentando provar que a sua eleição contra Al Gore, mesmo obtendo menos votos populares, justificava o favorecimento obtido na Flórida.

Seu governo era tênue, apagado, medíocre.

De um instante para outro, como uma raposa, percebeu a oportunidade de institucionalizar o terror. A base emocional de todo processo é o jogo do medo, de um poder terrível e assustador.

O medo conturba a capacidade de lucidez das pessoas. Favorece o egocentrismo.

Estimula a paranóia da segurança, elevada a máxima potência.

Protegido pela encenação, saiu pelo mundo acusando os povos do mal, ao mesmo tempo, se autodenominando o senhor dos anéis do bem. O todo poderoso. Dono das mentes e corações. Dono das riquezas e esperanças.

De fato a história vai comprovar as bravatas do time que precisa do terror mais que os pobres coitados que nem sabem como sobreviver.

A invasão ao Iraque extrapola os limites do bom-senso. Não existem as armas de destruição em massa. Não existem os perigos imaginados. Não sobrevivem as mentiras plantadas. O que de fato existe é a institucionalização do terror.

Mais de dez mil iraquianos perderam a vida. A maioria totalmente inocente. Os bens dos iraquianos foram destruídos, saqueados e tomados. O petróleo não é mais iraquiano. Agora pertence aos norte-americanos, sob a administração da Halliburton, do vice Dick Cheney.

Kofi Anan nem sabe o que dizer. Compete fantasticamente com Pilatos. É um escudeiro do grande jogo. Quem não tem poder, teme as bombas americanas.

Quem tem juízo, enaltece os donos do poder.

A humanidade não tem pai nem mãe. É órfã. Em suma, somos uns coitados. Que os deuses tenham piedade. Orquiza, José Roberto, escritor, [email protected]

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