Arrogância, beligerância, chauvinismo, o alfabeto de Washington

Paul Henze, antigo Conselheiro sobre a Segurança Nacional dos EUA, liderou uma equipe internacional de observadores nas eleições presidenciais na República da Tchetchénia no Domingo passado, tendo comentado que esta eleição foi falsificado e levantava sérias questões sobre os direitos humanos na Rússia.

O norte-americano referiu que a eleição presidencial na Tchetchénia foi “uma farsa que põe em questão a pretensão da Rússia ser uma nação civilizada e uma que respeita os direitos humanos”. Este intruso mais afirmou que “a maioria dos Tchetchenos não consideram que a eleição foi legítima”.

Porém, se a Liga Árabe e a Comissão de Observadores da Comunidade de Estados Independentes declararam que a eleição foi livre e justo e que não havia quaisquer indícios de fraude eleitoral ou de pressão sobre os votantes, se mais de 80% dos votantes deram sua confiança ao vencedor, Kadyrov, que direito tem esse norte-americano de largar suas sentenças sobre uma situação que não lhe pertence?

Para um norte-americano falar de um processo eleitoral é irónico, as imagens dos trabalhadores nos centros de voto em Flórida olhando para cada boletim eleitoral contra a luz para ver se tinha sido correctamente obliterado ainda frescas na memória. Para um norte-americano falar de um processo eleitoral quando tem como seu presidente um homem que nem 50% dos votos recebeu, é um absurdo. Para um norte-americano falar de um processo eleitoral, quando a equipe de George Bush lhe chamava “Senhor Presidente” ainda antes da eleição, é o cúmulo de hipocrisia.

Hipocrisia é o que esta administração norte-americano tem em doses industriais. Falar dos direitos humanos quando este país cometeu um acto de assassínio em massa, quando o Presidente dos Estados Unidos da América lança um ataque selvático e cruel contra um povo indefesa, chacina dez mil civis e deixa outros 26,000 mutilados, é arrogância.

Falar dos direitos humanos na Rússia, quando todas as outras equipes de observadores declararam que a eleição foi justa, e depois jogar achas na fogueira, declarando que o povo tchetcheno não acredita no resultado é intrusão, interferência, ingestão nos assuntos internos da Federação Russa e uma tentativa de fomentar sublevação – um ato de beligerância.

Falar de procedimentos correctos em processos de estado quando os Estados Unidos da América violaram flagrantemente não só a lei internacional como também todos e quaisquer preceitos de normas internacionais, denegriram a imagem da ONU como Instituição, desrespeitaram a Carta desta Organização, da qual foi signatário para a seguir escolher instalações civis como alvos militares, e declarar que o povo iraquiano está melhor com a presença duma força militar estrangeira de ocupação é chauvinismo do nível mais baixo e reles.

Seria bom que Paul Henze visitasse o estado de Texas e estudasse a documentação da era da governação de George W. Bush, que enviou mais pessoas para as suas mortes do que qualquer outro governador, “para salvar vidas” nas suas palavras. Seria bom que Paul Henze visitasse os hospitais de Bagdade que continuam a não ter equipamento básico, que visitasse os bairros residenciais que continuam a não ter nem electricidade nem água, tão violento foi o ataque contra estas redes de instalações civis.

Seria bom que o povo norte-americano pensasse muito bem se querem dar um aval a este governo por mais quatro anos em 2004. Este grupo de cripto-fascistas caminha perigosamente perto do abismo que traz o nosso mundo cada vez mais perto de uma catástrofe.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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