Visão panorâmica do mundo no início do século XXI

Entretanto inesperadamente sofreram um ataque terrorista que abalou fortemente a posição que esse país ocupava.

Dia 11 de setembro de 2001, caiu por terra o mito da invencibilidade estadunidense. Em virtude disso, o mundo começou a não aceitar a idéia de os EUA serem a única, legítima e insubstituível superpotência mundial.

Além de enfrentarem a oposição externa, não só por parte dos antigos opositores, mas também até por alguns aliados, o atual governo norte-americano começa a preocupar-se com as pressões internas, sejam elas vindas dos Democratas, ou de outros setores da sociedade.

Este ano, escondidos atrás de defender o mundo da “ameaça” iraquiana, eles promovem uma guerra com fins nitidamente econômicos. Então o mundo já desacreditado neles, é tomado quase que por completo por um sentimento antiamericano. Nós estamos assistindo o início do declínio da superpotência.

Agora, visualizemo-nos na Europa. Apesar das dificuldades e do desaquecimento econômico iniciou-se esse ano, já tornou-se uma barreira econômica para os EUA, e logo será uma barreira política. Os líderes dos países europeus perceberam que disputas internas os enfraqueciam, e impossibilitavam o crescimento econômico e político de todos. Uma vez unidos, eles tornar-se-iam muito mais poderosos. E foi o que fizeram. A pouco tempo os chefes de governo de todos os países membros assinaram um documento em que comprometiam-se a fazer o máximo possível para que a UE torne-se até 2010 a economia mais dinâmica do mundo. Atualmente EUA e UE encontram-se em uma guerra comercial, disputando a venda de produtos agrícolas para o mundo subdesenvolvido. E isso é só o começo.

Rumemos para o sudeste. Chegamos agora ao Oriente Médio, onde atualmente acontece a maior crise do momento. Além da guerra no Iraque, a crescente tensão entre Israel e Palestina (que não é de hoje), coloca aquela região a beira de uma nova guerra, especialmente se Yasser Arafat for assassinado. Aquela região do planeta sempre foi a mais disputada pelas grandes potências, em toda a história. Todos sabem o motivo: petróleo. É necessário lembrar que ali não há apenas uma disputa econômica, mas também religiosa. O confronto lá é entre o judaísmo e o islamismo. De ambos os lados existem várias pessoas dispostas a darem a vida pelo seu país e por sua religião. Essa crise deve ser tratada com muito cuidado, antes que a situação fica fora de controle.

Pensemos um pouco no G-21. A pouco tempo, quando o presidente Lula falou na criação desse bloco sob o comando da China, alguns disseram que era um absurdo e nunca iria concretizar-se. Hoje nós vemos que os países em via de desenvolvimento estão se unido para fazer frente as grandes potências. O período de imperialismo dos países ricos sobre os países pobres, esta acabando. A própria África levantou a voz. Logo esses países vão se unir em uma frente ainda maior em oposição ao imperialismo.

Chegamos agora no país que outrora era o contrapeso mundial: a Federação Russa. Embora não seja muito comentado nem analisado, a Rússia é o país mais importante atualmente. Por quê? Pelo fato de ser o país que não entrou definitivamente para o time dos capitalistas. As noções de economias de transição surgiram rápido demais. A Rússia atual enfrenta uma grave crise econômica e política. Mais da metade do povo vive na pobreza e os oligarcas, juntamente com o crime organizado, vem tomando conta do país. O povo em especial os mais velhos estão indignados com essa situação. Se o capitalismo prevalecer na Rússia, talvez esse país apóie as grandes potências imperialistas, ou siga seu próprio caminho. Se os comunistas reassumirem, a Rússia por mais que demore algum tempo vai reerguer-se, e será novamente uma grande potência. Os países capitalistas brigam pelo apoio da Federação Russa, por ser esse um país imenso, com um potencial inigualável.

O renomado historiador Erik Hobsbaw está certíssimo em sua afirmação no livro Era dos Extremos: “Nosso mundo corre o risco de explosão e implosão”. Devemos esperar e contribuir para que ocorra o melhor.

Leon Trotsky

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