ESCONDENDO A SUJEIRA

Cada um dos quase 150 mil soldados norte-americanos que invadiram o Iraque não sabe o que está acontecendo em nível estratégico. Apenas cumpre sua missão.

A inteligência da ocupação decide o que deve ser feito.

As ações militares não acontecem ao acaso. Quando a jornalista italiana Giuliana Sgrena, ex-refém, estava a 700 metros do aeroporto de Bagdá com intenção de retornar ao seu país, e foi interceptada por uma tempestade de projéteis, os comandantes norte-americanos queriam esconder suas boas ações do mundo inteiro.

A missão dos soldados de Bush era acabar com todas as pistas. Não funcionou.

A performance demonstra o luxo do exagero. A brincadeira era simplesmente interceptar o veículo marcado pela inteligência do jogo Escondendo a Sujeira. Poderiam utilizar um míssil. Ou crivar o alvo de balas bem ao estilo dos filmes de Hollywood.

Neste momento, os soldados da patrulha estão de castigo. Foram ineficientes.

Aconteceu o milagre. A santa que protege Giuliana é mais forte que a América do Mal. Ou do Bem como Bush quer que o mundo compreenda.

A trama da ocupação do Iraque acertada entre Bush, Blair e os poderosos ocultos dispostos a financiar a aventura, logicamente em troca de alguns interesses compensadores, não considerou a importância da vida de uma simples criança iraquiana ou mesmo da jornalista renascida da extrema bondade americana.

Estes valores não contam. Os pobres do mundo não valem nada. Iraquianos, afegãos, sírios, iranianos, coreanos, vietnamitas, e uma infinidade de outros povos são meras circunstâncias.

Aconteceu o mesmo julgamento com os mártires de Hiroshima e Nagasaki. Parece que morreram em vão. Não aprendemos a lição. Aplaudimos os efeitos beligerantes dos donos do mundo.

Não é apenas o Iraque que está ocupado.

Infelizmente o mundo está ocupado. Ou se diz amém para a superioridade infinita dos deuses norte-americanos ou se aceita a exclusão, a segregação, a discriminação, a exterminação.

A humanidade precisa ser resgatada. E libertada do terrível domínio do egoísmo. A ordem de vencer a qualquer preço precisa ser repensada. O consumismo livre e independente sempre foi imposto e dominado.

Giuliana Sgrena foi considerada lixo. Deveria ter sido varrida do mundo. O serviço foi mal feito. O mundo conquistou mais uma chance. Bush lamenta.

Os soldados norte-americanos, bem pagos por sinal, continuam o processo de extermínio, obedecendo aos interesses maiores de seus patrocinadores.

Os bárbaros dominam o planeta louco.

Quem são os loucos? Os bárbaros ou os barbarizados?

Quantas Giulianas são necessárias para despertar o mundo?

Enquanto a resposta fica travada na garganta da humanidade, o exército da ocupação continua limpando a sujeira.

A impressão que se tem é que as armas de destruição em massa pertencem com exclusividade aos donos do mundo. São exímios exterminadores. Mesmo que de vez em quando não consigam acertar nas Giulianas.

Será que o holocausto acabou?

As más línguas juram que o diabo anda solto.

Vade-mécum Satanás!

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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