Em regra geral não conseguem atender o bem comum. O motivo é simples: a maioria não possui organização e representatividade suficiente para fazer valer os seus direitos.
Poucos exercem o poder de forma livre, autônoma e independente. Grande parte é refém das forças de pressão. Aí está o jogo da governabilidade.
Utilizando a analogia de uma família com 10 filhos, em princípio os pais procuram atender a todos em igualdade de condições. No momento que um filho consegue mais vantagens que os outros, inicia-se inconscientemente uma competição entre irmãos.
Se existirem fortes desequilíbrios, a família não consegue gerir as pressões internas. Tende ao esfacelamento.
O mesmo processo ocorre em qualquer país ou sociedade do mundo.
Para preservar o processo de equilíbrio, são criados mecanismos de representatividade e discernimento de direitos e deveres.
Para garantir a governabilidade é necessário atender os interesses dos grupos mais fortes ou expressivos. Automaticamente nasce a situação e a oposição.
Na situação ficam os teoricamente beneficiados pelo rei. Na oposição, os que não conseguem se acercar das vantagens do sistema.
O governante hábil precisa liderar sua situação e ao mesmo tempo, conceder espaço para a oposição se realizar sem afetar a normalidade do sistema.
Entre os que estão do lado do rei, existem disputas acirradas para avaliar quem consegue ganhar mais.
Quando as forças podem se expressar com liberdade, o sistema é chamado de democracia.
Acontece que este modelo não consegue mais atender a melhoria de qualidade de vida de toda comunidade. Prioriza e favorece as forças mais organizadas, em regra geral representantes das minorias.
A gestão pública precisa ser repensada, revisada, revalidada.
Um exemplo crítico desta situação é o governo brasileiro do presidente Lula. Não lidera nem a situação nem a oposição. Jogou com promessas impossíveis. Seu grande lance é tentar viabilizar uma maior participação internacional do Brasil.
No nível interno, a administração das pressões vai muito mal. O país está sem foco, sem direção, sem visão de futuro.
A grande bandeira do Programa Fome Zero saiu às avessas. Ao invés de explorar o potencial realizador do povo brasileiro, valorizou o assistencialismo, o populismo, o jogo de vantagens fáceis e cômodas. Resultado: não se fala mais no projeto.
A corrupção brota aos supetões sem controle. O toma lá, dá cá é público e notório. A falta de autenticidade do partido fundado pelo presidente Lula é um desastre. Quando não era poder, agia de uma forma, eticamente correta. Agora que manda, jogou a ética na lata do lixo. A visibilidade destes fatores é grave. Não tem volta.
O sistema de gestão de pressões é sofrível, ultrapassado, arcaico, ineficaz.
Cabe aos líderes públicos valorizar a missão de melhorar a qualidade de vida da comunidade como um todo. Os povos estão acordando para o jogo mesquinho da divisão insensata das benesses.
A pressão é assim mesmo: sempre alta. Tem solução?
Orquiza, José Roberto escritor [email protected]
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