Após o término das eleições do dia 30 de janeiro no Iraque, os donos do mundo comemoraram um comparecimento de 72% dos eleitores às urnas. Grande vitória. Infelizmente parece que tudo não passou de mais uma grande mentira.
Nos primeiros resultados divulgados neste dia 3 de fevereiro, a comissão eleitoral já fala em aproximadamente 60% de comparecimento. Ou seja, dos 14,2 milhões de iraquianos aptos para participar das eleições, algo como 8 milhões parece que votou. Corresponde, conforme a matemática, a 56% de participação. Para a grande mídia é mais fácil arredondar para 60% como já foi citado.
Onde está a verdade? Em Washington com o senhor Bush? Em Londres com o senhor Blair? Em Bagdá com os parceiros dos americanos?
É bem provável que menos de 7 milhões de iraquianos participaram destas eleições. Faltaram urnas. Faltaram cédulas eleitorais. Faltaram guardas.
Se o comparecimento foi de apenas metade dos eleitores e se é possível prever a vitória dos xiitas, não é assim que se pratica a democracia.
Não está em jogo a vontade livre do povo do Iraque. Está em jogo a vontade dos donos do mundo, custe o que custar.
No primeiro momento da grande encenação o senhor Bush confirmou para o New York Times que retiraria seus soldados desde que o novo governo iraquiano solicitasse. No dia seguinte, desmentiu tudo. Um dia depois, os atuais iraquianos no comando divulgaram que as forças americanas iriam permanecer no Iraque invadido.
É importante perceber que existe muita gente poderosa por trás do dono do mundo. Ele foi obrigado a se desmentir.
Quem compõe tais forças ocultas?
Um palpite: Dick Cheney e a poderosa indústria bélica.
Quanto vale o povo iraquiano?
Não vale nada. O que vale é o petróleo e a posição militar estratégica no Oriente Médio.
Boa parte dos cidadãos do mundo sabe que os americanos começaram a aventura do Iraque e neste momento, não sabem como sair de tanta enrascada. Juridicamente cometeram uma típica invasão ou ocupação indevida de um território alheio. O Iraque é membro fundador das Nações Unidas. Neste caso a legislação é bem clara: só poderia sofrer um ataque por outro membro do mesmo organismo com a aprovação unânime do Conselho de Segurança.
Os americanos inventaram que existiam armas de destruição em massa, alegaram o direito de prevenção, interromperam o trabalho de Blix e despejaram impiedosamente suas bombas de destruição em massa.
Em resumo: mentiram para o mundo inteiro. Mostraram até fotos de satélite, tudo maquiado pela CIA.
A mentira continua.
Alguém precisa informar aos senhores do mundo que a história não aceita mais estes desvios comportamentais.
Ou o mundo precisa contratar uma boa auditoria para checar todos os atos e bravatas dos senhores do mundo.
Para os donos do mundo o jogo da mentira está liberado.
Orquiza, José Roberto escritor [email protected]
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