Um ano equivale à duração de uma volta da terra em torno do sol. Um dia, uma volta em torno do próprio eixo. Sem a referência do sol ficaria difícil compreender o significado de um ano.
Até a Idade Média, a terra era o centro do universo. Imaginavam uma terra plana acabando em um grande precipício. Fazia sentido. Até hoje não percebemos a curvatura geográfica.
Nossas naves espaciais ainda não conseguiram ultrapassar o sistema solar. Outras tecnologias, ondas de rádio, telescópios eletrônicos, superaram barreiras inimagináveis.
A cada nova descoberta, as referências se atualizam. São as âncoras do mundo conhecido.
A mesma coisa acontece nos sistemas de gerenciamento do convívio humano através de países, estados, municípios.
Evoluímos do mandante, do imperador, do dono absoluto para a descoberta dos direitos dos povos. A percepção destes direitos obrigou uma visão nova das liberdades individuais, dos compromissos com o bem comum, da importância em desenvolver a sociedade como um organismo.
A maioria dos chefes de estado precisa prestar contas do dinheiro arrecadado, dos seus usos e aplicações, dos resultados e benefícios prestados à comunidade.
As democracias revelam-se perigosamente desequilibradas. Basta considerar o extraordinário poder dos senhores do mundo, Bush, Blair, Sharon, por exemplo. Estes senhores governam como velhos imperadores e velhos déspotas. Servem-se do domínio político para garantir suas bravatas. Transvertem os fatos e transformam mentiras em verdades. Seus povos não conseguem se despertar do jugo maquiavélico.
Estão hipnotizados pelo jogo do medo. Sem a referência do terror, nenhum deles mostra um conteúdo e estratégia importante para a promoção do bem comum.
Na verdade, os sistemas de referência estão ultrapassados. Destacam-se duas novas tendências: a teoria do equilíbrio e a teoria da melhoria de qualidade de vida.
Pela teoria do equilíbrio o povo deve conquistar, além do direito de eleger, o importante direito de aprovar ou desaprovar o eleito em conformidade com os resultados alcançados.
Quando troca a diretoria de qualquer grupo empresarial? Quando os resultados não são alcançados. Quando troca um senhor eleito? Apenas quando vence o seu mandato, ou em casos extraordinários, de patente incompetência ou burrice.
Após a eleição, os eleitos se sentem donos do mundo. Tem sido assim em qualquer lugar do mundo.
Os modelos contemporâneos deverão preservar o equilíbrio e o bom senso. Ninguém pode exercer o domínio de uma sociedade sem observar as referências dos direitos internacionais. Caso crítico: os norte-americanos assinaram a Carta das Nações Unidas em 1945. Não cumprem o que foi assumido, desrespeitam seus códigos, e ninguém faz nada.
A melhoria de qualidade de vida utiliza um conjunto amplo de referenciais. Através de sua intelectualidade e criatividade, a humanidade tem a missão de promover a harmonia, a paz, o equilíbrio, o respeito aos valores e diversidades.
Infelizmente, nenhuma destas duas teorias é praticada.
Vivemos tempos de conflitos, desigualdades e barbáries.
J.R. Orquiza
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