HAMAS ATACA NOVAMENTE

Morreram nos ataques o líder espiritual do Hamas, Ahmed Yassin(22/03/04) e o seu sucessor Adbel Aziz Al Rantissi (17/04/04).

Os ataques aos mártires e líderes dos grupos extremistas palestinos são alvos de críticas ao Israel. A UE e a ONU condenaram duramente a morte de Ahmed Yassin e Rantissi. O presidente dos EUA, George Bush apóia as ações do primeiro ministro israelense Ariel Sharon, alegando que o país tem todo o direito de se proteger contra o terrorismo.

Os assassinatos seletivos são condenáveis, simplesmente porque esse termo não se aplica à realidade, pois os ataques cirúrgicos causam a morte de civis inocentes. Isso é um fato comprovado nos territórios sob ocupação israelense. Os ataques violentos direcionados aos militantes extremistas acabam punindo todo um povo e os ataques terroristas palestinos contra Israel são retaliados com respostas fulminantes; as incursões, derrubadas de casas, assassinatos seletivos e agora o impedimento da circulação dos árabes na suas próprias terras causado pelo muro levantado por Israel. É óbvio que os terroristas extremistas islâmicos estão errados, tanto quanto Israel, pois esse círculo vicioso de ataques e retaliações só alimenta o ódio de fanáticos, sentimentos de vingança, impotência, medo e o desrespeito pela própria vida e ao do seu semelhante.

Com a execução dos dois membros mais importantes do Hamas, e certamente ícones para a maioria da população palestina, Ariel Sharon estava certo de que atingira os radicais no seu calcanhar de Aquiles. O recado era claro: “Ninguém pode com Israel”. Sharon estava tão confiante que os ataques seletivos eram eficazes que nem sequer deu créditos à ONU, à UE, e ao partido trabalhista israelense que são contra essas ações por incitar o ódio e aumentar a violência.

Porém, Sharon diz saber o que é melhor para Israel e seu povo. Ninguém acreditaria que os assassinatos seletivos poderiam conter os radicais, mas Sharon acreditou que essa política de punição seletiva poderia resolver os problemas relacionados com a violência.

Passaram-se cinco meses sem ataques terroristas em Israel, mas ontem aconteceu o pior ataque do ano: Dois ônibus israelenses explodiram quase simultaneamente em Beersheba, sul do país. O ataque causou a morte de 18 pessoas (incluindo os suicidas) e deixaram centenas de pessoas feridas. Muitas crianças estavam nos dois ônibus, o ataque foi um duro golpe para os israelenses e Ariel Sharon.

Segundo o Hamas, o ataque foi uma vingança pela morte dos líderes do grupo extremista, Ahmed Yassin e Rantissi.

O Hamas não se resume apenas nas figuras de Ahmed Yassin ou de Rantissi. Existem mártires dispostos a morrer pela causa palestina e sempre haverá ofertas de suicidas. Pois ao contrario do que pode pensar Sharon, a causa palestina é tão viva quanto o sangue que corre nas veias dos árabes. E enquanto não houver o diálogo para as negociações de paz, Sharon e Israel sempre perderam muito mais, pois os mártires nada temem, a morte é uma glória para eles. Quando um suicida morre pela causa, então ele pode esperar o paraíso aonde será recebido por 73 virgens. Nenhum palestino teme a morte porque ela é muito melhor do que o inferno que eles vivem.

Sharon deveria saber que essas ações inaceitáveis de retaliações à Palestina é o combustível dos grupos extremistas, porque eles usam o ódio a Israel para iludirem jovens, tirar suas vidas e causar a morte de vitimas inocentes do lado israelense.

É lamentável ter que assistir a morte de inocentes causados pela intolerância, ódio e radicalismo de ambos os lados.

O líder da ANP (Autoridade Nacional Palestina) Yasser Arafat, condenou os ataques terroristas á Israel e reiterou que a violência é inaceitável.

Ariel Sharon, afirmou hoje, que vai retaliar o Hamas, e novamente nós iremos ver mais um episódio violento no qual morreram mais inocentes, desta vez do lado Palestino.

Michele MATOS PRAVDA.RU

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