Um governo de polícia

O governo Lula não é um governo político, mas sim, um governo de polícia. Para certificar-se disso, basta contar as pessoas que pertenceram ao seu primeiro escalão e que agora enfrentam acusações e processos judiciais. Depois do seu primeiro-ministro, José Dirceu, e seu assessor Waldomiro Diniz, é a vez dos chefes de gabinete da Presidência, de Lula, e do Ministério da Economia, de Antônio Palocci. Gilberto Carvalho e Juscelino Dourado vêm reforçar o elenco dos ex-homens fortes do governo do PT e que agora estão de mãos e pernas abertas no paredão inquisidor da opinião pública e da justiça.

A Polícia Federal, por sua vez, já decidiu indiciar quatro pessoas: o marqueteiro Duda Mendonça, o ex-cabeça pensante do presidente; o publicitário Marcos Valério, o embaixador do PT; o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares; e o ex-presidente do partido, José Genoíno, que de genuíno não tem nada. Todos por crime contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. E a lista parece estar apenas no início. Silvio Pereira e Marcelo Sereno ainda não figuram nesta relação de possíveis contraventores.

Enquanto isso, o PT e seus empréstimos já começam a ser cobrados na Justiça, tendo ainda Marcos Valério cobrando o partido publicamente, dizendo até ter sido enganado pelo Partido dos Trabalhadores. Se não bastasse só isso, explode agora as confirmações de que os cartões corporativos para pagar as despesas do presidente e de sua comitiva, utilizaram notas frias para justificar os saques em dinheiro. Meu Deus, quanto mais perto do poder, mais se vê corrupção, falsificação e mentira. Os números são de impressionar.

Até agora, foram descobertas quatro notas frias. Três das quatro notas são no valor de R$ 732,00. Uma é de R$ 770,00. Elas se referem à compra de cartuchos de tinta. A empresa que as emitiu está registrada na Receita Federal como distribuidora de alimentos. As quatro foram parar na prestação de contas da funcionária Maria da Penha Pires, da Secretaria de Comunicação da presidência da República. Entre março e junho do ano passado, a funcionária usou cartão corporativo para sacar, em dinheiro, R$ 8.500,00. Estava obrigada a justificar o saque e valeu-se das notas frias - e também de notas quentes. Uma nota quente, no valor de R$ 1.232,18, tem a ver com a hospedagem do então ministro Luis Gushiken, da Comunicação, no Hotel C´Doro, em São Paulo, no período de 7 a 9 de abril do ano passado. Somente entre janeiro e agosto de 2004, o Palácio do Planalto pagou R$ 5,5 milhões em despesas com cartões de crédito, segundo reportagem de Hugo Studart na revista IstoÉ Dinheiro. Já este ano, os gastos com cartões do governo federal atingiram a cifra de R$ 10.268.310,98 até o último dia 18. Desse total, R$ 6,8 milhões foram retirados em dinheiro vivo! E o crime de peculato, e a farra com o dinheiro do povo, e a gestão do patrimônio público, e a moral, o exemplo que deveria vir de cima?! Tudo, enterrado dentro do túmulo dos ideais petistas, aquele mesmo onde foram enterradas a esperança e a felicidade do trabalhador brasileiro.

Por outro lado, fazendo referência ao passado, o irmão de Celso Daniel, o prefeito assassinado de Santo André, aponta José Dirceu como responsável pela roubalheira na prefeitura comandada pelo saudoso petista. As acusações feitas pelo médico João Francisco Daniel são precisas e vão ao encontro das delações do presidiário envolvido na morte do ex-prefeito. Tudo vai se fechando em uma teia armada, que nos leva a olhar um fundo de poço aberto bem no meio das nossas vidas, dos nossos corações... Bom, entre os 18 deputados que estão prontos para ser cassados, sete são do PT e apenas um do PFL, o partido de Antônio Carlos Magalhães e Jorge Bornhausen. Que retrocesso!!!

Enquanto isso, para fazer jus a todo este cenário, vamos assistindo as severinices de Lula e as lulices de Severino... Que saudade do Juscelino!

Petrônio Souza Gonçalves jornalista e escritor [email protected]

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