A dieta local goesa

O que faz a cozinha goesa tão especial são seus legumes. Bhiva Parab escreveu recentemente uma peça interessante no Nahvind Times, onde investigou os nossos legumes e sua influência na cozinha local.

As folhas do Taikulo (ou Taikalo), também conhecido por Cassia tora, são muito frequentes na cozinha da nossa região. As folhas tenras são ricas em ferro e são especialmente utilizadas na época da monção. Utiliza-se na cerimónia chamada Tulsi vivah, onde é decorado com flores bonitas.

Depois, das florestas, vem o Khadpatai bhaji e a fagala, com suas sementes vermelhas bem características.

Tere ou Tero é outro vegetal utilizado na nossa cozinha, muitas vezes misturado com Chovlli, para ganhar mais sabor. Antigamente, o legume Husaki era misturado com esterco de vacas para produzir um bom fertilizante orgânico, para espalhar nas culturas de Tere e Chovlli.

Durante o Festival da Cobra, Nagapanchami, a Naga (cobra) é guardada debaixo de folhas Tero para permanecer fresca.

Okra, ou Quiabo, é muito característico da cozinha goesa, só que aqui se chama Bhende.

A árvore Shegul oferece as folhas, frutos e flores para os cozinheiros e cozinheiras locais, bem como o Aakur, que cresce no chão perto de cursos de água.

A lista continua até ao infinito, com o madi, kankyacho kom, churan, padwali, kareta, tendli, vali, tambdi bhaji….mas com tantos legumes e vegetais, a população jovem vai sendo seduzido por alternativas ocidentais. Ficam obesos. Ficam doentes. Ficam diabéticos.

Antigamente os fertilizantes eram orgânicos, eram saudáveis e não contaminaram o ambiente. Agora, os fertilizantes químicos não estarão na base de tantos casos de cancro de estômago e do sistema digestivo?

Finalmente, aquelas culturas GM, geneticamente modificadas, tão bonitas de ver mas tão suspeitas…criando um desequilíbrio no ambiente, não estarão a semear as sementes do caos ecológico no futuro?

Quem diria que estaríamos a falar destes assuntos em Goa? Mas não será assim um pouco por todo o Mundo? Vamos voltar um pouco às nossas origens, vamos cultivar e comer as comidas e os ingredientes tradicionais, vamos adoptar o termo “slow food” sobre “fast food” e vamos exigir que a cultura norte-americana de hamburguers e porcaria fique para lá, se eles quiserem.

Estamos a falar de cultura, estamos a falar de comida mas estamos a falar do futuro das nossas crianças e das nossas sociedades.

Pensem em legumes e vegetais. Descubram os tradicionais na vossa zona e…bom apetite!

Shailendra XAVIER PRAVDA.Ru GOA ÍNDIA

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