Viagra para Putin

O infame compositor Russo Aleksey Vishnya criou um projecto chamado “PolitTechno”. A ideia não é particularmente novo ou original: ele utiliza excertos de discursos de políticos Russos e adiciona musica rítmica.

O primeiro a tentar isto foi o Russo DJ GROOVE que criou uma música com a voz de Mikhail Gorbatchev há alguns anos atrás. Apesar do sucesso a ideia não foi desenvolvida. Mas não há más ideias, o que há é maus músicos!

O site dos “PolitTechno” passou a ser o mais popular da Runet (internet Russa) e a última canção de Aleksey Vishnya, chamada “Não haverá negócio!”, tocou em várias rádios, incluindo a “Moscow Echo”. Aleksey Vishnya sempre se sentiu atraído pela musica. Apesar do seu envolvimento com o rock Russo dos anos 80 (ele gravou os melhores álbuns de KINO) ele nunca se tornou numa estrela nem fez muito dinheiro. A sua carreira a solo também não correu muito bem: o seu amor pela música techno não foi particularmente aceite.

Mas agora Aleksey Vishnya descobriu como interessar as pessoas: “Dorenko cantou sobre Putin”, diziam as secções publicitárias de vários sites da internet. Um famoso jornalista da televisão avisou as pessoas sobre a canção: “Vladimir Vladimirovitch é de confiança, não é de confiança, não é uma piada!” e os contadores da web avançam sete vezes mais depressa.

Depois Vishnya misturou as palavras de Irina Khakamada: “encontrei o presidente e dei-lhe um documento” em “encontrei o presidente e dei-lhe”.

No primeiro album dos “PolitTechno” chamado “Viagra para Putin” é possível ouvir todos os políticos Russos famosos: Tchubays, Khakamada, Zuganov, Zhirinovsky, Novodvorskaya e outros. Um sucesso imediato foi a canção “Não haverá negócio!” dedicada à prisão de Khodorkovsky e cantada por Putin.

Mas com este projecto também surgiram alguns problemas. Antes de mais os relacionados com direitos de autor. Os políticos poderão reclamar parte dos lucros assim como se poderão sentir ofendidos pelas canções.

Uma questão mais séria é que “PolitTechno” é um novo instrumento político, como muitos peritos fazem questão de dizer. Já para um político referenciado no álbum, poderá ser publicidade positiva ou negativa. Ninguém irá fazer nada quanto a Aleksey Vishnya antes das eleições para evitar acusações de se estar a combater a “liberdade artística”. Ao mesmo tempo, uma simples frase que Vishnya venha a utilizar poderá causar sérios danos a uma carreira política. Por exemplo, ninguém reagirá bem às palavras de Zhirinovsky: “porcos Russos”.

Por um lado tudo isto é sobre o baixo nível cultural dos políticos Russos e por outro, sobre a forma de “PolitTechno” teremos uma nova arma política com um poder que poderá ser mesmo superior ao da televisão ou dos jornais.

Traduzido por Ralitsa ZAITSEVA PRAVDA.Ru

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