Coimbra, Capital da Cultura 2003

O programa de Agosto inicia-se com um conjunto de filmes cuja temática se prende com a inserção do indivíduo no todo social: a consciência da perda de individualidade, quando integrado numa massa que se pretende homogénea e a luta contra essa homogeneização, o sentimento de frustação, uma submissão por vezes falsa e que serve mesmo de subterfúgio para a obtenção de proveitos próprios. E também a diferença radical, para além de todos os limites aceitáveis numa sociedade organizada em função de interesses de grupo.

Já os quatro filmes seguintes contam histórias de indivíduos que se recusam a aceitar a ordem dominante, fazendo-se distinguir por um comportamento assumidamente desviante.

Ao contrário destes, nos três filmes que se seguem acompanham-se personagens femininas, observando o que podem ser quotidianos rotineiros, quotidianos que escondem uma forma de vida paralela e desviante, ou o colapso de um quotidiano que é alimentado por uma farsa. Aqui o tema central é a individualidade de cada uma das personagens, integrada na intensa vida social, mas observando a sua dimensão mais íntima: os seus dilemas, as suas fugas, a intensidade do seu sofrimento, tudo o que não é dado ver à sociedade que as rodeia mas que é captado pela câmara.

O filme seguinte, de Siodmak, volta-se para a melancolia dos dias de descanso, juntando quatro desconhecidos, dois homens e duas mulheres, cujos caminhos se cruzam junto ao lago repousante de uma Berlim entre duas guerras. Depois, no filme de Minnelli, a sua primeira obra não musical, o encontro breve mas decisivo dá-se entre um soldado que goza dois dias de licença em New York, durante a Segunda Guerra Mundial, e a personagem que marca a primeira interpretação dramática de Judy Garland.

O mês encerra com uma obra-prima absoluta da história do cinema: Aurora, de Murnau, traça o contraste entre a vida fascinante e sedutora da cidade e a paz tranquila e estável do campo. O encontro entre o homem do campo e a mulher da cidade representará de modo tragico e dilacerante esse contraste irredutível

5|Ago|19.00h|A Multidão, King Vidor

6|Ago|19.00h|O Apartamento, Billy Wilder

6|Ago|24.00h|Do Céu Caiu uma Estrela, Frank Capra

7|Ago|19.00h|Ópera dos Três Vinténs, Wilhelm Pabst

12|Ago|19.00h|Matou, Fritz Lang

13|Ago|19.00h|Rocco e seus Irmãos, Luchino Visconti

13|Ago|24.00h|Querido Boudu, Jean Renoir

14|Ago|19.00h|Vontade Indómita, King Vidor

19|Ago|19.00h|O Vagabundo de Montparnasse, Jacques Becker

20|Ago|19.00h|O Carteirista, Robert Bresson

20|Ago|24.00h|Duas Horas na Vida de uma Mulher, Agnès Varda

21|Ago|19.00h|Quando Uma Mulher Sobe as Escadas, Mikio Naruse

26|Ago|19.00h|A Flor do Meu Segredo, Pedro Almodóvar

27|Ago|19.00h|Homens ao Domingo, Robert Siodmak, Edgar J.Ulmer

27|Ago|24.00h|A Hora da Saudade, Vicente Minnelli

28|Ago|19.00h|Aurora, F. W. Murnau

Os mitos românticos urbanos prolongar-se-ão pelo mês de Setembro.

Coimbra, Capital Nacional da Cultura

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