Citemor e Flores de Livro (no jardim) encerram programação do TCSB

Citemor e Flores de Livro (no jardim) encerram programação do TCSB

Uma nova sessão de Flores de Livro e os espectáculos de dança de Dinis Machado e Tiago Cadete, no âmbito do Citemor, são as últimas propostas da temporada do Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra. Para ver até 6 de Agosto, no espaço programado pel'A Escola da Noite.

"Flores de livro" é um espaço de leitura de contos para a infância, dinamizado no TCSB por Cláudia Sousa, desde 2013. É a mais antiga proposta dos "Sábados para a infância" e acontece sempre no último Sábado de cada mês. Num ambiente de grande proximidade, a animadora sócio-educativa selecciona um conjunto de histórias que lê aos mais pequenos, estimulando o contacto directo das crianças com o livro enquanto objecto. No final, os espectadores são convidados a folhear os livros, a observar as lustrações e a fazer os seus próprios desenhos, com materiais fornecidos pel'A Escola da Noite. Podem, ainda, requisitar gratuitamente livros, com o compromisso de os devolverem na sessão seguinte.
Desta vez, aproveitando o bom tempo, a sessão decorrerá no jardim da Cerca de São Bernardo, à sombra das árvores. Os bilhetes custam 3 Euros (individual) e 5 Euros (adulto+criança) e podem ser reservados pelos contactos habituais do TCSB. A actividade é recomendada para crianças a partir dos 4 anos.

O Citemor volta ao TCSB
A 5 e 6 de Agosto (sexta e sábado), A Escola da Noite tem o prazer de acolher no TCSB dois espectáculos no fim-de-semana de abertura da 38.ª edição do Citemor - Festival de Montemor-o-Velho. Garantida "in extremis", a edição deste ano é mais uma prova da capacidade de resistência de um dos mais importantes festivais de artes performativas do país, que nos últimos anos não tem podido contar com o financiamento da Direcção-Geral das Artes.
Aprofundando uma relação de parceria que vem de longe e a apetência do TCSB pelo acolhimento de espectáculos de dança contemporânea, A Escola da Noite recebe os solos de dois intérpretes portugueses: "Paradigma", de Dinis Machado, e "Alla Prima", de Tiago Cadete.

Paradigma e "Alla Prima"
Nascido em 1987 e formado em Dança e Artes Visuais, Dinis Machado, radicado em Estocolmo desde 2012, trabalha como intérprete desde 2005 e como coreógrafo dos seus próprios trabalhos desde 2007. Sobre "Paradigma", afirma tratar-se de "uma dança de um exotismo de lado nenhum", construída a partir de "referências paradoxais vindas dos lugares onde nascemos, dos lugares onde vivemos, de lugares onde nunca estivemos e sobretudo de lugares ficcionais". O espectáculo é também uma reflexão prática sobre "o Corpo", enquanto "uma peça mecânica de um corpo orgânico maior - o próprio palco. Este corpo move-se como se estivesse a manobrar algo cujas consequências nunca são directas ou evidentes". Um corpo, acrescenta, "que através desta prática entra num processo de abstracção, tentando fugir do seu próprio antropomorfismo" e "distante da busca por uma qualquer essência".
Tiago Cadete vive entre Portugal e o Brasil, onde frequenta o Mestrado em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Alla Prima" estreou já em 2016, no âmbito do Festival Temps d'Images (Lisboa). Neste espectáculo, escreve o consultor de História da Arte Raphael Fonseca, Tiago Cadete lança um olhar sobre "a construção e a invenção do Brasil - quais seriam os movimentos e vozes do grande número de imagens que em mais de cinco séculos foram capazes de criar certas ideias sobre o que seria o Brasil, os brasileiros e a brasilidade?". É aliás da pintura que vem o título do espectáculo: o termo "Alla prima" diz respeito a uma técnica em que o artista enfrenta a tela directamente, aplicando camadas de tinta sem esperar que sequem, sobrepondo cores e imagens. "O corpo do artista - acrescenta Raphael - responde directamente a uma série de descrições sobre o que poderiam ser estes 'corpos brasileiros'. Para além da narrativa histórica eurocêntrica que criou a teoria das três raças no Brasil - onde as populações africanas, europeias e indígenas seriam ingredientes deste caldeirão cultural -, sua anatomia se transforma num receptáculo de múltiplos criadores, culturas, etnias e proposições plásticas".
Os espectáculos têm início às 21h30 e, como tem sido habitual nas mais recentes edições do Citemor, é o espectador que define o preço do bilhete que quer pagar. É igualmente possível efectuar reserva de bilhetes, junto do Citemor (926 962 795 / [email protected]) ou directamente para o Teatro (239 718 238 / 966 302 488 / [email protected]).

 

Coimbra, Teatro da Cerca de São Bernardo

 

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