Drones: morte à moda Play Station na tríplice fronteira?

Por Pettersen Filho

Tecnologia não muito nova, disponível desde os anos oitenta, mas, aquilatada nos últimos tempos, "ferramenta" largamente utilizada em áreas remotas da fronteira Afeganistão/Paquistão por tropas estadunidenses para monitorar os movimentos dos Talibãs, os chamados "drones", em Inglês, ou VANTs, em Português, "Veículo Aéreo Não Tripulado", surgiram há duas, ou três décadas atrás, basicamente, prestáveis a fazer vôos precisos de espionagem por detrás das linhas inimigas, inicialmente, dotados de simples câmeras fotográficas, através dos quais se obtinha informações precisas, e instantâneas, dos eventuais inimigos, dotando as forças que o possuíssem de nítida vantagem estratégica, administrados a poucos quilômetros dos seus respectivos alvos.

Dispositivos que se aperfeiçoaram nos últimos tempos, hoje, administrados, por sobre o Afeganistão ou por sobre o Iraque, a partir de estações remotas localizadas, por exemplo, no Deserto do Arizona, ou a partir de Palo Alto, na Califórnia, a milhares de quilômetros de seus alvos, através de telas de computador e "Joy Sticks", como joguinhos Play Station, da Nintendo, ora dotados de sofisticados armamentos, mísseis ar/terra e bombas de precisão, operados livres do embaraço, eventual, de, como no tempo da Guerra da Coréia, ou do Vietnam, no caso de abatidos, ver seus supostos pilotos, no caso inexistentes, exibidos como troféus de caça pelos seus captores, os drones tem se tornado dispositivos fabricados em massa pelos exércitos modernos, alguns deles, já operados, em fase de teste, pela própria Polícia Federal Brasileira, na tríplice fronteira Brasil/Argentina/Paraguai, cedidos por empresas israelenses, para monitorar, com câmeras, contrabandistas que atuam na região.

Fato, até certo ponto, normal, como parte da contemporanização das forças armadas do mundo inteiro, mês passado, mesmo, missão iraniana na Venezuela, chegou a oferecer um desses "brinquedinhos" ao Exercito Bolivariano de Hugo Chaves, ainda se vangloriando de VANT abatido no Irã, de propriedade dos EUA, supostamente, em vôo de espionagem naquele país, são, no entanto, cada vez mais constantes os incidentes causados por tais equipamentos, quando, monitorados friamente, a partir de milhares de quilômetros dos eventuais "teatros de guerra" onde atuam, ao interpretar imagens, por exemplo, de carros, ou grupos, por sobre as remotas montanhas do Paquistão, recebem ordens de disparo, de quando em vez, ao invés de vitimar perigosos Talibãs, fortemente armados, atingem, na verdade, ônibus escolares, ou famílias inteiras de retirantes, causando sérios constrangimentos entre os governos dos EUA/Paquistão, nesse caso, aliados na guerra ao terrorismo.

Assim sendo, preocupantes são os comentários que circulam na mídia sul-americana, ora desmentidos, ora confirmados, como é comum nesses casos, de que o governo golpista do Paraguai estaria estabelecendo um "acordo" com os EUA para que VANTs americanos operassem na tríplice fronteira .

Se confirmado, seria um duro "golpe", à moda Nintendo, na soberania de Brasil e Argentina ...

Crônica postada originalmente em www.paralerepensar.com.br

Texto publicado no Jornal Grito Cidadão

*Antuérpio Pettersen Filho, membro da IWA - International Writers and Artists Association é advogado militante a assessor jurídico da ABDIC - Associação Brasileira de Defesa do Indivíduo e da Cidadania.

 

http://www.debatesculturais.com.br/drones-morte-a-moda-play-station-na-triplice-fronteira/

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