Museu da Moeda do Recife

Famoso por abrigar um dos maiores acervos de moeda do mundo, o Espaço Cultural da Moeda, localizado no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife, corre o risco de fechar as portas. O museu, popularmente conhecido como "Casa do Tio Patinhas", foi inaugurado em 2007 com o apoio do projeto Turismo na Comunidade, desenvolvido pela Secretaria de Turismo do Recife na gestão do ex-prefeito João Paulo, mas desde então foi esquecido pelo poder público. 

Valéria Oliveira

Atualmente, o espaço padece de problemas estruturais e é mantido somente com a boa vontade da viúva e da filha de seu fundador, Antônio Vital Alves da Silva, que morreu aos 85 anos vítima de um câncer de próstata. O Tio Patinhas do Nordeste começou a montar a coleção com apenas 7 anos de idade, quando recebeu uma moeda de 20 réis por ter tomado conta de um cavalo. De moedinha em moedinha, seu Antônio construiu o acervo que hoje possui mais de um milhão de exemplares. "A grande paixão dele era colecionar moedas", comenta a viúva Dione Maria Leandro, 61 anos. 

São moedas de todos os tipos, tamanhos, nacionalidades, épocas e importâncias. A coleção inclui vários objetos revestidos de moedas e cédulas como jarros, garrafas, peças de cerâmica e madeira, balança e até mesmo uma máquina de costura. Ao todo, são 25 painéis de quase dois metros quadrados e dezenas de peças. O acervo também guarda peças curiosas, como um quadro com réplicas das 30 moedas que compraram Jesus Cristo, além de um tapete de 60 metros de comprimento confeccionado com cédulas.

Todo esse material encontra-se armazenado em um espaço que não faz jus à sua riqueza histórica. A fachada do local, ainda conservada, mascara alguns problemas. Na parte interna, as paredes do museu apresentam rachaduras e infiltrações. No teto, um buraco serve como passagem para a água em dias de chuva. "O Espaço Cultural da Moeda é um dos maiores acervos culturais do mundo e já recebeu visitantes de diversos países. Era o sonho do meu pai. É uma pena vê-lo desse jeito", diz Etúlia Ribeiro Alves, 33, filha do Tio Patinhas do Nordeste.

Além dos problemas estruturais, uma das maiores dificuldades é manter o espaço funcionando sem recursos. "O que cobramos dos visitantes não é o suficiente nem para pagar a conta de luz. Damos continuidade ao trabalho do meu marido por amor mesmo, mas não temos como manter financeiramente", explica Dione Maria. O museu funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. Os visitantes pagam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia entrada) para conhecer o acervo. As únicas funcionárias são mãe e filha. 

"Não queremos deixar morrer o trabalho do meu pai. Queremos dar continuidade ao sonho dele, mas para isso, precisamos de ajuda", diz Etúlia Ribeiro.

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