Linha do tempo marca previsões da ciência para até 2030

O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE/MCT) produziu uma linha do tempo com previsões de avanços na ciência, tecnologia e inovação (CT&I) até 2030. A base de dados prevê, por exemplo, que as baterias de celular durarão dois meses entre uma recarga e outra em 2012. Em 2027, o número de mulheres nas universidades deve superar o dos homens. Além disso, no quesito infraestrutura, em 2028, 45% da energia produzida no Brasil serão renováveis. Mas nem tudo são boas notícias. Segundo a linha do tempo, no ano de 2020, o Brasil perderá R$ 7,4 bilhões em safras de grãos por causa do aquecimento global. Ainda assim, em 2030, a demanda por petróleo no mundo continuará alta, em particular no setor de aviação. Todos esses dados vêm acompanhados de suas respectivas fontes.


“É uma ferramenta que auxiliará na construção de visões de futuro, focos de atuação, além de servir como um balizador de eventos futuros na gestão estratégica de instituições na área de CT&I”, explica Cláudio Chauke, assessor do CGEE e um dos responsáveis pelo instrumento. A linha do tempo mostra onde haverá impacto, podendo ser, por exemplo, institucional, regional, municipal, estadual ou mundial. Inicialmente, o horizonte temporal da sucessão de eventos previstos é de 2009 a 2030. A abrangência espacial é definida pelas dimensões nacionais e internacionais de observação.

Metodologia –
Os elementos da base metodológica de construção da linha do tempo são os imperativos globais e os eventos futuros. Os primeiros representam questões relacionadas com o planejamento sobre as quais se tem pouco ou nenhum controle ou ingerência e que restringem as possibilidades de se configurar o futuro. Representam aspectos relacionados às necessidades humanas no longo prazo, elementos essenciais a serem considerados em exercícios de planejamento.


Os especialistas consideraram imperativos globais distribuídos em nove dimensões: Alimentos; Ciência, Tecnologia e Inovação; Demografia e Questões Sociais; Infraestrutura, Organização Produtiva e Logística; Energia; Educação; Meio Ambiente; Economia e Geopolítica; Saúde. A escolha dessas áreas deve-se aos eixos estratégicos de atuação do CGEE, junto a outras áreas de seu interesse.


Os eventos futuros contemplam, de um lado, elementos com perspectivas de impacto no mundo de forma mais genérica, que também podem se refletir em impactos e preocupações para um planejamento de país, região ou setor. Representam eventos pontuais, com possibilidade de ocorrência no horizonte temporal estudado, identificados e dispostos em uma linha do tempo.


De acordo com Chauke, a linha do tempo é diferente da criação de cenários. “Nos cenários, tomamos como premissa que alguns acontecimentos podem ocorrer segundo um conjunto de delimitadores definidos a priori, assim, trabalhamos dentro dessas situações. A linha do tempo prospectiva dá grandes contornos para que se façam análises e definições de estratégias”, diz Chauke.


Gestão estratégica - A ferramenta (disponível na página web do CGEE http://www.cgee.org.br/flash/timelineCGEE.html ) apresenta os futuros possíveis em horizontes definidos por planos de gestão estratégica para empresas e órgãos governamentais. “É um elemento complementar para que tomadores de decisão possam ver possibilidades e definir estratégias”, avalia Igor Carneiro, especialista que também participou da concepção da linha do tempo do CGEE.

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