Coimbra: "Público x Lorca" estreia esta semana no TCSB

Coimbra: "Público x Lorca" estreia esta semana no TCSB

Chegou a hora: a co-produção internacional "Público x Lorca" estreia a 16 de Novembro no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra. Dirigido pelo espanhol Matilde Javier Ciria, o projecto reúne artistas de Espanha, Costa Rica, Portugal e França e conta com o apoio do programa Iberescena.
A sessão mensal do Clube de Leitura Teatral (desta vez com Patrícia Portela, no TAGV) e a oficina de expressão plástical, musical e de movimento (por Joana Barata, nos Sábados para a Infância), são os outros destaques da semana no espaço programado pel'A Escola da Noite.


"Público x Lorca" é uma criação colectiva a partir da peça "O Público", do dramaturgo espanhol Federico García Lorca. Matilde Javier Ciria, "artista multidisciplinar" nascido em Murcia, Espanha, em 1978, com trabalho de pesquisa desenvolvido em torno do teatro físico e da dança butoh, assume a direcção de um grupo de artistas oriundos de quatro países: Espanha, Costa Rica, Portugal e França. Na conferência de imprensa realizada há duas semanas em Coimbra, referiu-se à obra de Lorca como "poesia pura traduzida em texto dramático" e como "a obra perfeita" para trabalhar em conjunto "as diferentes linguagens do teatro físico, da dança e do teatro de texto". Salientando as "infinitas camadas" que é possível encontrar na peça que o próprio Lorca considerou "irrepresentável" em 1933, logo depois de a ter escrito, Matilde destacou as interrogações que ela suscita, entre as quais a questão da liberdade: "o que fazes tu com a tua liberdade - tanto como pessoa como enquanto artista no palco?". Ainda no que respeita aos conceitos-chave para a construção e interpretação do espectáculo, o encenador lembrou duas ideias muito presentes no trabalho de Lorca, que transportou para esta criação: "transformação e morte".


A par do trabalho dos actores - Arturo Campos (Costa Rica), Eduardo Retamar e o próprio Matilde (Espanha) e Rafaela Bidarra (Portugal) - o espectáculo tem uma componente visual fortíssima, graças à direcção plástica de Carolina Santos, às máscaras de Maxence Thireau e ao desenho de luz de Jorge Ribeiro. A equipa artística inclui ainda o espanhol Pablo de las Vecillas (assistência de dramaturgia e contexto literário) e o costa-riquenho Fabian Arroyo.


A temporada inaugural do espectáculo inclui apenas três sessões em Coimbra, de 16 a 18 de Novembro (quinta a sábado), sempre às 21h30. Os bilhetes custam entre 5 e 10 Euros e podem ser comprados ou reservados antecipadamente pelos contactos habituais do TCSB: 239 718 238 / 966 302 488 / [email protected].
Depois de Coimbra, o espectáculo partirá para uma digressão internacional, pelos restantes três países representados e "por outros países da América Latina", afirmaram os responsáveis pela produção.

Patrícia Portela no Clube de Leitura Teatral
A sessão de Novembro do Clube de Leitura Teatral - iniciativa conjunta do TCSB e do Teatro Académico de Gil Vicente - acontecerá no TAGV já amanhã, dia 14, às 18h30. A escritora portuguesa dirige a leitura da sua versão de "Drácula", trabalho de dramaturgia a partir de Bram Stoker, em colaboração com Alexandre dal Farra, a propósito do trabalho do Colectivo Soul, uma companhia brasileira actualmente em residência artística no TAGV e que aí estreará o espectáculo, logo no dia seguinte.


Como sempre acontece nas sessões do Clube de Leitura, a entrada é gratuita. Para os interessados em participar como leitores (o Clube está sempre aberto à participação de qualquer pessoa), ainda é possível inscreverem-se nas duas sessões preparatórias, que terão lugar esta segunda-feira, dia 13 (entre as 19h00 e as 22h00) e no próprio dia da leitura (entre as 12h00 e as 14h30), através do e-mail [email protected].


Patrícia Portela é autora de performances e obras literárias, vive entre Portugal e Bélgica. Estudou cenografia, cinema, dança e filosofia. Entre 1994 e 2002 trabalhou sobretudo como figurinista ou cenógrafa para teatro independente e cinema em Portugal recebendo o Prémio Revelação 94 da Associação de Críticos de Teatro pelo seu múltiplo trabalho. Criadora de performances e instalações transdisciplinares, itinera com regularidade pela Europa e pelo mundo. Reconhecida nacional e internacionalmente pela peculiaridade da sua obra, recebeu vários prémios, dos quais destaca o Prémio Madalena Azeredo de Perdigão/F.C.G. para Flatland I (2004) e menção honrosa para Wasteband (2003) ou o Prémio Teatro na Década para T5 (1999) e Wasteband (2004). Autora de vários romances e novelas como Para Cima e não para Norte (2008) ou Banquete (2012, finalista do Grande Prémio de Romance e novela APE), participou no 46º International Writers Program em Iowa City em 2013, foi uma das 5 finalistas do Prémio Media Art Sonae 2015 e a primeira autora a receber uma bolsa literária em Berlim do Instituto Camões em 2016.

Oficina de expressão plástica, musical e de movimento
O próximo Sábado para a infância no TCSB (18 de Novembro) conta com uma estreia neste espaço de programação. A professora de artes, designer e assistente social Joana Barata dirige a oficina de expressão plástica, musical e de movimento, destinada a crianças entre os 6 e os 12 anos. A iniciativa visa desenvolver "a criatividade, a cooperação em grupo e a capacidade de expressão através das artes visuais, do movimento, da escrita e da música". Tem a duração de duas horas e meia (entre as 10h30 e as 13h00) e possibilita aos miúdos que dêem largas à imaginação com os materiais simples que terão à mão: papel, cartão, cola, fita-cola, guaches, lápis de cera, pincéis, jornais, revistas, fios, entre outros. A inscrição deve ser feita com antecedência e custa 10 Euros.

Coimbra, Teatro da Cerca de São Bernardo

 

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