Netanyahu escafedeu-se

Sem mais baixas militares, Israel não alcançará nenhum de seus objetivos declarados em Gaza. Netanyahu escafedeu-se, por hora, e ordenou retirada de todos os soldados israelenses. Rejeita qualquer cessar-fogo negociado, em que ele nada ganharia e provavelmente muito perderia.[1] O Hamás está livre, pois, para fazer o que decida fazer.

Com o fim dos combates nas ruas, deve-se esperar que acabe a censura sobre a imprensa-empresa israelense. Algum jornalismo talvez mostre então que a decisão política de atacar Gaza foi estúpida e tomada em instante de pânico. Talvez mostre também que as operações do exército israelense foram desnorteadas e mal executadas e o sucesso foi evento raro. O exército de Israel perdeu 64 soldados sob fogo inimigo; só na última incursão contra Gaza, morreram seis. Haverá muitas perguntas que o Alto Comando terá de responder e cabeças rolarão.

É possível que alguma comissão de investigação pergunte por que Netanyahu decidiu começar campanha que acabou tão mal. Espero também que Obama e Kerry procurem alguma desforra pelos muitos insultos públicos que Netanyahu lhes fez. É possível que a carreira política de Netanyahu, gravemente arranhada, tenha acabado. [Isso explicaria que Ban Ki Moon tenha afinal se pronunciado HOJE contra o genocídio dos gazenses, e que o Departamento de Estado dos EUA tenha-se declarado HOJE "horrorizado" (NTs)].

O martírio de Gaza e dos povos que lá vivem, porém, esse, continua.


[1] Sobre o cessar-fogo, ver "As chances do Hamás", 2/8/2014, Nathan Thrall, London Review of Books, vol. 36, n. 16, p. 10, traduzido em http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/08/as-chances-do-hamas.html  [NTs].

2/8/2014, Moon of Alabama - http://goo.gl/GfFslZ

 

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