PEV, Alterações Climatéricas e Portugal

Resultado de Portugal em relação às Alterações Climáticas está longe de ser o que parece

O Partido Ecologista "Os Verdes" considera que o terceiro lugar (na realidade, sexto lugar) obtido por Portugal no desempenho em relação às alterações climáticas, no quadro da avaliação levada a cabo pela German Watch e pela Rede Europeia de Ação Climática (rede esta que integra também a Quercus), hoje apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, a decorrer em Doha, no Qatar, tem muito que se lhe diga.

Os resultados desta avaliação que podem, à primeira vista, indiciar que Portugal implementou com sucesso políticas e iniciativas de combate às alterações climáticas, nomeadamente políticas de redução das emissões de dióxido de carbono e a nível energético, não correspondem, de facto, a essa realidade. Numa leitura mais profunda, e tendo em conta os próprios critérios de avaliação utilizados e a ponderação dada a cada um destes critérios, pode-se verificar que este resultado, que coloca Portugal atrás da Dinamarca e da Suécia, é fundamentalmente obtido à custa da crise e da inatividade produtiva e não da implementação de políticas alternativas de combate às alterações climáticas, tanto a nível energético como a outros níveis, que conduzam a uma redução eficiente da emissão de gases com emissão de estufa, ao contrário do que acontece na Dinamarca e na Suécia.

Pesa ainda "favoravelmente" neste resultado de Portugal, a ponderação dada às energias renováveis (8%+2%). Ora, parte da produção energética colocada no bolo das renováveis, está longe de ser uma produção energética limpa e verde, tal como "Os Verdes" e muitas Associações de Ambiente têm denunciado. É aqui que é colocada a grande hídrica, e nomeadamente o Programa Nacional de Barragens, cujos impactos ambientais são enormes e no qual não foi feita uma avaliação correta das suas implicações sobre as alterações climáticas.

A leitura atenta dos resultados desta avaliação permite ainda verificar que, no que diz respeito à eficiência energética, que deveria ser um dos primeiros objetivos de investimento do país, os resultados deixam muito a desejar. Ora, este critério de avaliação tem uma ponderação diminuta (5%+5%) em relação às emissões de gases com efeito de estufa, cuja ponderação é de 30%+30%.

Por todas estas razões, "Os Verdes" consideram que o Governo Português não pode mandar foguetes na sequência do resultado obtido por Portugal nesta avaliação e que, pelo contrário, de uma leitura atenta da mesma, conclui-se da gravidade da crise que Portugal atravessa, da destruição total da produção nacional e ainda do facto que as políticas tomadas a nível energético estão longe de ir pelos caminhos que tragam mais e melhores resultados ambientais no quadro de um desenvolvimento sustentável do país.

www.osverdes.pt

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