Tolices na internet

Aparecem com frequência notícias sobre a forma de anexos em mensagens que os usuários da internet recebem, e muitas vezes acreditam.

Frutos de alguém que gosta de fazer um terrorismo eletrônico, inventando fatos e passando adiante, até se tornarem conhecidos.  Um dos últimos fala na distribuição da riqueza no Brasil, sob a forma de lei a ser aprovada no Congresso.  Cita a autoria do parlamentar que pretende, através de regras definidas, estabelecer a ordem econômica no país.

Há quem acredite, e passe adiante.  Já chegaram nas redes sociais.  A notícia fala em teto máximo de ganho dos brasileiros, a ser calculada por órgãos conhecidos, como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).  Existiria um limite, sendo o restante dos ganhos da população investidos em 'cadernetas de poupança solidária', um grande fundo que protegeria toda a população brasileira.  Existe quem acredite, por incrível que pareça.

            Naturalmente que a tentativa de igualar os homens sempre foi uma ideia bem recebida pelos mais incautos.  Não há como igualar intelectualmente um pesquisador de genética com um jardineiro, por exemplo.  São mundos diferentes, afastados, embora ambos indispensáveis para o bom funcionamento do coletivo.  Promover uma sociedade mais igual é diferente e necessário, o exemplo vem dos Estados Unidos, onde os ricos estão menos endinheirados, e os pobres, além de aumentarem no número, ficaram também em situação mais difícil.  Mas é óbvio que esta questão é para ser repensada por economistas de valor conhecido, e que busquem uma solução para a coletividade.  O mundo mudou bastante, a população cresceu e a produção de riquezas não acompanhou aquele crescimento.

            Ora, que todos têm o direito de morar, alimentarem-se, ter educação e saúde gratuita de primeira qualidade, trabalho bem remunerado e lazer garantido é uma questão óbvia, que alguns poucos países do norte europeu já conseguiram alcançar.

            Pretender estas mudanças com alterações na Constituição é absurdo, pois elas alterariam os fundamentos da Carta, o que não é permitido.  Somente outra Lei Maior pode substituir ou alterar cláusulas consideradas imutáveis, chamadas de pétreas.

            O país bem que está precisando mesmo de mudanças sérias, sociais e econômicas, sem esquecer das políticas, onde uma legião de deputados e senadores gastam fortunas consideráveis, mensalmente.   

 

Jorge Cortás Sader Filho é escritor

 

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