Moscou: Atentado em Najaf é tentativa de desestabilização

O Ayatollah Mohammad Baqr al Hakim figura entre os mortos deste atentado, que visou criar caos e semear discordância: o Ayatollah era o Chefe da Assembleia Suprema da Revolução Islâmica no Iraque. Morto na Mesquita de Ali, dos lugares mais santos dos xiitas, vem a mensagem bem clara para a administração das forças ocupantes da coligação norte-americana/britânica que entraram num beco sem saída ao atacarem o Iraque da maneira que fizeram.

Resta saber agora se o carro-bomba é trabalho das forças leiais ao Presidente Saddam Hussein ou facções entre os xiitas. Fontes locais disseram à PRAVDA.Ru que os xiitas não são tão coesos como pensavam as forças norte-americanas, que aliás não são conhecidas pela sua diplomacia.

“Eles pensavam que pudessem vir para cá derrubar o nosso Presidente e roubar nosso petróleo”, disse Ali Hakan, vendedor local de melões. “Agora vêem seu erro e estão metidos nisso até Deus sabe quando. Vão perder milhares e milhares de tropas sem qualquer necessidade. Nós sabíamos o que queríamos, era nosso assunto interno quem nos governava e mais ninguém”, acrescentou, rematando “Como George Bush gostaria se um exército de Iraque fosse removê-lo porque não foi eleito por uma maioria do seu povo? Nós aqui nesta zona não temos estas democracias ocidentais. O resultado é o que se vê”.

Outro residente veio oferecer sua palavra: “PRAVDA.Ru? Conheço sim, vocês fazem um excelente trabalho, obrigado em nome do nosso povo. Vocês estiveram sempre solidários connosco. Os americanos são uns tiranos, derrubam as portas à noite, tiram as mulheres das suas camas, torturam os homens. São piores do que as forças do regime que dizem que foi tão mal. Nunca vi pior do que isso. Venha Saddam, por amor de Deus”.

Assim quase todos os residentes que contactámos em Najaf disseram a mesma coisa: os americanos erraram, sabiam que a ONU nunca iria dar o aval ao ataque porque a comunidade internacional sabia que não era justo mas eram suficientemente arrogantes para prosseguir. Culpando os EUA e Reino Unido, principalmente, não passou despercebido que Portugal deu o seu consentimento ao ataque criminoso e assassino contra o povo iraquiano, pelo menos é como se apercebe o assunto aqui, embora não se lê em muitos jornais.

O Ministério do Exterior da Federação Russa considera que este atentado procura desestabilizar o Iraque, tornando-o ingovernável pela coligação das forças ocupantes. O atentado foi descrito como “um grande ato de terror” pelas autoridades russas.

A apontar que até recentemente, tais actos perpetrados pelos terroristas tchetchenos foram classificados como “tentativas de libertação” por muitas fontes noticiarias ocidentais.

A Federação Russa considera que a situação no Iraque só poderá normalizar-se se for envolvida a ONU, como deveria ter sido envolvida desde o início.

Ivan PODGORNY PRAVDA.Ru em IRAQUE

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