DECLARAÇÃO DO MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DA FEDERAÇÃO DA RÚSSIA

A Rússia está muito indignada com a posição das autoridades dinamarquesas de admitir no seu território nacional o chamado "Congresso Mundial Checheno". Este ajuntamento foi promovido e financiado pelos terroristas chechenos e os seus sequazes e patrocinadores da "Al-Qaeda" que, como já é absolutamente claro, estiveram por detrás do monstruoso atentado terrorista em Moscovo.

O evento foi precedido de uma bacanal anti-russa na comunicação social dinamarquesa, a qual, por mais sacrílego que parecesse, continuou nos dias em que o todo o mundo assistiu ao drama no Centro Teatral.

As alegações das autoridades dinamarquesas sobre a liberdade de expressão e a liberdade de reuniões não suportam a mínima crítica. Não pode haver liberdade de expressão nem outra para os terroristas responsáveis pelas explosões em Moscovo e Nova Iorque.

A democracia russa é jovem. Mesmo assim, não temos a menor dúvida de que a democracia vale alguma coisa só quando sabe defender-se. Entristece ver que alguns países da Europa, com uma tradição democrática de há muitos anos, se esquecem disso.

O que é que procuram os terroristas chechenos? Independência? De facto, a Chechénia tornou-se independente em 1997, com base nos chamados acordos de Hassaviurt.

Como resultado, em poucos anos, a Chechénia tornou-se em foco do terrorismo internacional em que centenas de fanáticos de muitos países do mundo foram treinados em operações terroristas. Passaram a ser comuns as notícias sobre execuções em massa na Chechénia, torturas de reféns, tráficos de escravos, investidas à mão armada às regiões vizinhas da Rússia. Segundo os dados minimizados, até o início da operação antiterrorista, eram mantidas no território da Chechénia várias centenas de reféns, entre os quais crianças e estrangeiros. Na época de governo de Dudaev e Maskhadov, foram sequestrados 53 estrangeiros, dos quais muitos foram ferozmente assassinados. É também conhecido com o que culminou a "independência" da Ichkeria: uma agressão contra a república muçulmana vizinha, o Daguestão.

Em seguida, segundo os planos dos ideólogos do terrorismo internacional, a expansão deveria abranger um vasto território entre o Mar Cáspio e o Mar Negro e resultar na constituição do chamado "Califado Islâmico", um quase-Estado baseado no obscurantismo, violência e terrorismo. A Turquia, como vários outros países, não permitiu que os terroristas chechenos se juntassem no seu território nacional em Maio último, pelo que lhes agradecemos.

Tal não é o caso da Dinamarca, o que põe em dúvida a sinceridade da participação deste país na coligação antiterrorista internacional, não falando sequer das relações russo-dinamarquesas.

Nestas circunstâncias, a realização da visita do Presidente da Federação da Rússia à Dinamarca, programada para os dias 11 e 12 de Novembro próximo, fica impossível.

Ao mesmo tempo, devia ser convocada, em Copenhaga, a cimeira Rússia-UE. Fiel ao desenvolvimento e aprofundamento da cooperação com a União Europeia, a Rússia reitera a sua disponibilidade para participar nesta importante iniciativa de interesse comum, considerando, contudo, que esta poderia ser realizada em Bruxelas ou em outra capital europeia por acordo recíproco.

Em 28 de Outubro de 2002 MNE da Federação Russa

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Pravda.Ru Jornal
X