Segunda volta é certa nas presidenciais equatorianas

Segunda volta é certa nas presidenciais equatorianas

O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Juan Pablo Pozo, já deu como certa a realização de uma segunda volta nas eleições para a Presidência do Equador. Diversas organizações repudiaram pressões e violência por parte da direita nos últimos dias.

A primeira ronda das eleições presidenciais equatorianas realizou-se no domingo passado, 19Créditos/ ecuavisa.com

Com mais de 98,5% do escrutínio efectuado ao início desta manhã, Lenín Moreno, da Alianza PAIS, pró-governamental, seguia à frente com 39,33%, seguido de Guillermo Lasso, candidato da aliança CREO-SUMA, de direita, com 28,19%. Estas eleições, que se realizaram no domingo passado, ficam marcadas pela elevada participação. A taxa de abstenção não superou os 18,2%.

Para se tornar chefe de Estado do Equador já na primeira ronda, Moreno cumpre um requisito - ter 10% ou mais de vantagem sobre o segundo candidato - mas não outro: alcançar 40% dos votos.

Questionado sobre a possibilidade de se evitar uma segunda volta, o presidente do CNE, Juan Pablo Pozo, disse: «Não, não é possível», informa a PressTV. No entanto, a segunda volta, que terá lugar a 2 de Abril, só será oficialmente anunciada quando estiverem contabilizados todos os votos nesta eleição - o que, segundo Pozo, deve ocorrer amanhã.

No domingo passado, para além da eleição do presidente e do vice-presidente do país andino, os equatorianos recenseados deviam escolher também os 137 membros da Assembleia Nacional, sendo que os resultados preliminares apontam para uma vitória, com maioria absoluta, da Alianza PAIS, actualmente no poder.

Paralelamente à eleição dos representantes políticos, foi submetida a consulta popular uma proposta do ainda chefe de Estado, Rafael Correa, que visa proibir os funcionários públicos de ter bens ou capitais em paraísos fiscais. Com 92,8% dos resultados aferidos, o «Sim» seguia à frente com 54,98%, indica o Portal Alba.

Pressões e apelos à violência por parte da direita

Apesar de os observadores da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) e da Organização de Estados Americanos (OEA) terem sublinhado a transparência e a normalidade do acto eleitoral, a oposição de direita reclamou a realização de uma segunda volta praticamente desde o encerramento das secções de voto (17h locais), no domingo, e promoveu uma concentração em frente ao CNE.

Seguiram-se os apelos à violência e à desordem, com os apoiantes da aliança CREO-SUMA a ameaçarem «incendiar Quito» - um cenário que se agravou à medida que a contagem dos votos se foi tornando mais lenta.

O principal candidato da direita, Guillermo Lasso, afirmou que «três dias para publicar os resultados era uma tentativa de fraude e que não ia permitir tal coisa». Por seu lado, as autoridades equatorianas fizeram apelos à calma, e o presidente do CNE respondeu a Lasso que «nunca na história do país os resultados tinham sido publicados menos de 48 horas após o fim de uma votação».

Organizações repudiam violência

Por seu lado, representantes de diversas associações e organizações de trabalhadores equatorianas - Red de Maestros, Central Unitaria de Trabajadores, Coordinadora Campesina Eloy Alfaro e Coalición de Organizaciones Sociales de Ecuador, entre outras - manifestaram o seu repúdio perante acções e mensagens violentas promovidas e divulgadas por membros da oposição.

Estas entidades sublinharam que é preciso respeitar a vontade dos votantes e condenaram as acções violentas perpetradas no exterior da sede do CNE, bem como os ataques, denunciados em várias cidades, contra pessoas e bens públicos e privados, informa a Prensa Latina.

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