Bush agarra a espada

Acabou-se a Cimeira da OTAN em Praga, com sete novos membros a serem admitidos a esta organização, enquanto o Pacto de Varsóvia se transforma inexoravelmente na Organização do Tratado do Atlântico-Norte.

Porém, parece que o Presidente norte-americano não está satisfeito com este feitio, pois as suas palavras se concentraram no Iraque antes, durante e depois desta Cimeira. A cidade capital da República checa, tão lisonjeada por Vaclav Havel, o antigo dissidente, não inspirou muito o George Bush.

Durante a Cimeira, lá estava o Bush a instigar os seus parceiros na NATO a colaborarem numa campanha no Iraque, na véspera da chegada dos inspectores da ONU para iniciar um processo pacífico que visa a resolução da situação por meios não-bélicos.

Só que nem tudo correu bem para o George Bush. M. Ducraut, Conselheitro Principal do Primeiro Ministro do Canadá, até chegou a rotular o Presidente dos EUA como “idiota”.

Dias depois, o “idiota” apareceu na praça principal de Vilnius, Lituânia, onde proclamou em viva voz que “Os que escolhem a Lituânia como inimigo serão os inimigos dos EUA. A Lituânia, a Letónia e a Estónia nunca lutarão sós contra a agressão”. Politiquices baratas, palavras ocas, fuleiras e sem sentido qualquer nos tempos de hoje.

Voltando à tema do Iraque, desta vez a coligação colada pelos EUA é fraca, muito mais fraca do que aquela que lutou na Guerra do Golfo de 1991. Desta vez, o único entusiasmo para conflicto armado é anglo-saxónico, vindo principalmente dos EUA, do Reino Unido e da Austrália.

No entanto, na região nem tudo corre bem aos EUA. Washington tinha exigido a Cairo e outros dez países árabes para declararem a sua posição claramente sobre a eventualidade dum ataque armado contra o Iraque. Cairo ainda não respondeu, mas o correspondente de Al-Jazeera no capital egípcio informou que não vai acordar, o mesmo devendo acontecer com os outros países na região.

Enquanto Moscovo reitera a necessidade de utilizar vias diplomáticas, Washington teima em bater a cara na parede a insistir na guerra.

Dmitry Litvinovich PRAVDA.Ru

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