Governo do Brasil tenta voltar a carne para o mercado russo

Sem ter conseguido até agora reverter, de forma técnica, o embargo imposto pela Rússia à carne produzida em oito Estados brasileiros, o Ministério da Agricultura vai tentar uma nova investida política para retomar os embarques para aquele país. Representantes das secretarias de Relações Internacionais e de Defesa Agropecuária da pasta devem se reunir no começo de abril, em Brasília, com o primeiro-ministro da Rússia, Mikhail Fradkov.

É possível que o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, tenha um encontro com o primeiro-ministro russo. Fradkov estará em Brasília entre os dias 4 e 6 de abril para discutir o comércio, em geral, entre os dois países. O assunto carne estará na agenda dos encontros, informou fonte da Secretaria de Relações Internacionais do ministério. O Itamaraty está organizando o encontro.

Na última quarta-feira (22), Rodrigues disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviará uma carta ao presidente russo Vladmir Putin pedindo a reabertura do mercado da Rússia. Esse país é o segundo maior importador de carnes do Brasil, perdendo apenas para a União Européia.

Os embarques de carnes bovina, suína e de frango para a Rússia estão suspensos desde o ano passado, quando foram confirmados 40 casos de febre aftosa no rebanho nacional. Os casos foram diagnosticados no Mato Grosso do Sul (33 focos) e no Paraná (7). A restrição não vale para todo o País, mas foi imposta para os principais estados produtores, o que paralisou o comércio.

No total, 56 países suspenderam de forma parcial ou integral as compras do Brasil. No caso da Rússia, conforme informou o Estado em fevereiro, surgiram denúncias de que parte dos embarques puderam ser feitos mediante pagamento de propinas a fiscais sanitários russos. Isso explicaria a continuidade das exportações, apesar da proibição. O Ministério da Agricultura disse desconhecer os fatos e observou que os contratos fechados até 13 de dezembro, data da suspensão, puderam ser cumpridos.

Além de carnes, foram suspensas as compras de subprodutos, leite e lácteos, insumos, animais susceptíveis e equipamentos de manutenção, processamento e abate dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Minas Gerais. Desde o embargo, duas missões técnicas do ministério estiveram na Rússia para negociar a reabertura do mercado. As tentativas não deram resultado.

Em relação ao Chile, país que barrou as importações de carne bovina de todo o País, a retomada das vendas depende de regras claras para o Sistema Brasileiro de Identificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). De acordo com fonte do ministério, o Chile sinalizou que não voltará a comprar carne do Brasil até que o País possa dar garantias de que os animais enviados para o abate vieram de áreas livres de febre aftosa com ou sem vacinação.

Só Santa Catarina está no último grupo. O Sisbov é um banco de dados gerenciado pelo ministério que reúne informações desde o nascimento até o abate dos animais. "O que o Chile quer é a garantia da rastreabilidade", disse uma fonte do governo.

(Fonte: Agência Estado)

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