Putin vai visitar América Latina

Sergei Lavrov, Ministro das Relações Exteriores da Federação Russa, confirmou que Presidente Vladimir Putin irá visitar México e Chile no próximo futuro, numa altura em que a região está sob grande pressão devido à instabilidade financeira global e tentativas dos EUA de impor seu sistema de comércio livre.

A notícia foi confirmada por Lavrov na ocasião da visita do MNE de Equador a Moscovo e será prova da melhoria das relações entre esta região e a Federação Russa. A visita de Vladimir Putin vem numa altura em que a América latina tenta sair da fossa criada por políticas draconianas de mercado livre que deixou metade da população (300 milhões de pessoas) abaixo da linha de pobreza.

As três maiores economias da América Latina (Brasil, México, Argentina) viram devastados seus sectores públicos na onda de privatizações, viram destruídos os sistemas de segurança social e viram o desmantelamento das indústrias.

Porém, a cena começa a mudar. Putin encontrará várias coligações de centro-esquerda na maioria dos países da América Latina, especialmente na América do Sul. O Presidente da Venezuela é um ex-oficial do exército populista, o Presidente do Brasil é um ex-sindicalista, o Presidente do Chile é socialista e o Presidente da Argentina é de centro-esquerda.

Há pouco tempo, o Republicano Henry J. Hyde avisou a Casa Branca do novo Eixo do Mal na América latina, considerando que Lula representava um perigo “pró-Castro”, sendo um radical que incharia o bando de líderes hostis aos EUA na região, juntamente com Cuba e a Venezuela de Hugo Chavez.

Ao contrário, a maioria dos governos “esquerdistas” da região, mesmo representados por elementos com currículos radicais, se provaram pragmatistas que seguem os princípios económicos estabelecidos e que jogam obedecendo as regras internacionais. Alguns podem preferir a social-democracia europeia ao capitalismo rompante dos EUA, mas as suas acções não são tão radicais como era temido em Washington.

A notar, todas estas nações, incluindo México, votaram e protestaram contra a invasão do Iraque e contra as atrocidades de Israel nos territórios palestinianos, recusaram enviar tropas para o Iraque sob o domínio dos EUA mas optaram por apoiar uma força multilateral da ONU, posição encorajada pela Rússia.

A visita de Vladimir Putin à América latina será uma excelente oportunidade para ambos os lados fortalecerem os laços políticos e económicos que quase foram rompidos com o desaparecimento da União Soviética.

Hernán ETCHALECO PRAVDA.Ru BUENOS AIRES ARGENTINA

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