Rússia e União Europeia mais próximos

Na mesa das discussões entre os quatro dirigentes serão questões internacionais como Iraque e Irão num clima de franca troca de impressões e pontos de vista.

Possíveis pontos de convergência são a posição da U.E. sobre o que chamam a “interferência” da Rússia na Ucrânia e o que chamam o armamento do Irão.

No entanto, a verdade é outra e há que resistir à tendência de cair na armadilha norte-americana duma diplomacia baseada em histeria e reflexos epilépticos.

Primeiro de tudo, a posição da Federação Russa sobre a Ucrânia foi sempre muito clara: as eleições presidenciais foram um assunto interno de Kiev. Devem lembrar-se que não foi Vladimir Putin que congratulou Viktor Yanukovich quando foi proclamado Presidente prematuramente, foi um assessor dele porque Vladimir Putin estava no Brasil na altura.

Depois de haver uma dúvida sobre a legitimidade da eleição, o Kremlin disse sempre que nada tinha a ver com o processo e que os ucranianos deveriam escolher quem entenderam para ser seu presidente.

Relativamente ao Irão, a Rússia ajuda o país a desenvolver a capacidade de gerar electricidade numa central nuclear que é incapaz de produzir matéria com qualidade suficiente para a fissão nuclear.

Quem sabe os factos, quem sabe a verdade, escreve-a, quem quer brincar aos jornalistas inventa um fio de mentiras. Relativamente aos contratos em torno ao Bushehr, todo o material oriundo da central nuclear tem de ser entregue à Rússia.

Quantos órgãos de notícias ocidentais informaram os seus leitores deste detalhe importante?

Outro dos velhos assuntos regurgitados neste tipo de evento são o tratamento dos terroristas chechenos, que para o Ocidente são coitadinhos quando são atacados mas ninguém se lembra de Beslan, por exemplo, e ninguém se lembra que o Presidente e a Constituição da República da Chechénia foram escolhidos num processo democrático pelo povo checheno.

Além disso, haverá quase de certeza uma conversa acerca da liberdade da imprensa na Rússia. Há liberdade da imprensa no Ocidente? Ou a totalidade das publicações são controladas por grandes grupos financeiros que filtram as notícias e formam a opinião pública através da manipulação da verdade?

Não venham então falar à Federação Russa de liberdade da imprensa. O que há na Rússia são linhas-guia que proíbem a publicação de segredos militares ou dados que poderão ser úteis a terroristas ou inimigos do estado.

Quanto ao resto, os jornalistas estão livres a publicarem o que bem entenderem, desde que possam justificar o conteúdo do texto com factos.

Não há directrizes do Kremlin sobre o que se deve escrever ou não. Quem diz ao contrário ou mente entre os dentes, ou então nem sabe o que diz.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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