30 anos da Independência de Angola celebrado na Rússia

Ontem na Sala Oktiabr de Dom Soyusov em Moscovo os russos e os angolanos comemoravam duas datas memoráveis – o 30º Aniversário da Proclamação da Independência da República de Angola e 30º aniversário do Estabelicimento das Relações Diplomáticas entre a Rússia e Angola.

A cerimónia solene começou com a apresentação dos membros do presidium, depois disso os políticos angolanos e russos pronunciaram discursos.

O primeiro discurso era do embaixador extraordinário e plenipotenciário da República de Angola, general Roberto Leal Ramos Monteiro “Ngongo”. “Para qualquer Povo a data da sua independência é especialmente querida, mas, para nós angolanos, esta data tem um especial significado, pois, ela foi sofrida e arrancada das mãos do colonisador português depois de longos anos de uma tenaz luta armada pela libertação nacional,” declarou o embaixador. Falando da solidariedade internacional que tinha contribuido para que o povo angolano conquistasse a liberdade e a independência o embaixador sublinhou que a Rússia tinha feito muita coisa para ajudar Angola na situação muito difícil: “O nosso Povo jamais poderá esquecer o importante papel jogado pela ex-URSS, de que a Federação Russa é a herdeira, depois do início da luta armada em Angola, em 1961, no apoio material ao corpo de guerrilheiros, na formação de quadros, tanto civis como guerrilheiros, e logo depois da independência, no apoio à defesa da nossa integridade territorial e soberania, ameaçada por exércitos invasores, a partir da nossa fronteira norte e sul. A Rússia é considerada pelo nosso Povo como um verdadeiro aliado, que sempre esteve ao lado de Angola, tendo contribuído decisivamente para o desenvolvimento dos nossos recursos humanos, milhares de quadros passaram pelas Escolas Médias e Superiores da ex-URSS ou foram leccionados, no nosso País por professores soviéticos, de tal maneira que, para o Povo Angolano, a língua russa deixou de ser uma língua estranha.”

Depois o vice-ministro dos negócios estrangeiros da Federação Russa e secretário de Estado Grigori Karasin pronunciou um discurso sobre as relações politicas e económicas entre a Rússia e Angola. “Angola é um dos países de importância prioritária na política externa da Rússia no continente africano. A visita, em 1998, do Presidente José Eduardo dos Santos deu um impulso substancial ao desenvolvimento da cooperação bilateral e abriu uma nova página nas relações russo-angolanas. É muito prometedora a nossa cooperação no sector de produção de diamantes. Estamos abertos para a procura de novo projectos nos sectores de energia, petrolífero, de construção civil, transportes, pescas, banca, educação, saúde pública, assim como no domínio da cooperação técnico-militar. Neste contexto, reveste-se de uma importância particular a Primeira reunião da Comissão Inter-Governamental Russo-Angolana para a Cooperação Económica, Técnico-Científica e Comercial a ser realizada em novembro do ano em curso,” comunicou o vice-ministro.

O embaixador extraordinário e plenipotenciário da República dos Camarões e decano do grupo dos embaixadores africanos André Ngongang Quandji contou sobre os êxitos da cooperação de dois países. Ele deu dois exemplos: a Represa de Kapanda e a Sociedade Mineira Catoca: “A Represa de Kapanda é uma estrutura grandiosa que é um exemplo de harmonia e sucesso da cooperação Norte-Sul (Rússia-Angola) e Sul-Sul (Brasil-Angola). A Catoca é uma Sociedade privada-pública de produção de diamantes. Os parceiros nesse assunto são a Rússia-o Brasil-Angola e o Israel.” O embaixador da República dos Camarões declarou: “África não é pobre. Ela parece perigosa só para os investidores estrangeiros que queriam se servir das prioridades inesgotáveis garantidas pela Nova Parceria para o Desenvolvimento de África.”

A última intervenção neste dia era do presidente da União de Veteranos de Angola Vadim Sagatchko que contou sobre a sua relação à República de Angola: “Para nós os veteranos, Angola é parte da nossa vida, é nossa memória e nossa história. Os membros da “União de Veteranos de Angola” guardam nos seus corações as mais calorosas recordações deste país maravilhoso e do seu povo. Estamos sempre prontos para prestar ajuda e apoio aos nossos amigos angolanos.”

Em seguida começou um programa cultural. Os espectadores viram as danças do grupo angolano “Mangolês” que já tinha feito um sucesso no concurso na cidade russa Toliatti. Todos os membros do grupo estudam na Universidade Patrice Lumumba em Moscovo. O grupo russo “Gorlitsa” também participava neste pequeno concerto. Os espectadores foram encantados.

Depois todos foram à outra sala para ver a “Exposição das Exposições – A Arte Unindo os Povos” que congregava estilhas de cada uma das amostras de artes plásticas que a Embaixada da República de Angola organisou na Federação Russa nos últimos 5 anos.

A cerimónia solene acabou com furchet em que não havia a comida angolana mas havia a comida russa muito boa.

Ekaterina SPITSYNA PRAVDA.Ru

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