Igreja ortodoxa russa comenta processo dos integralistas na Europa

A Igreja Ortodoxa Russa anunciou "ter uma série de iniciativas em face do aprofundamento de processos integralistas que ocorrem na Europa".

O Departamento das Relações Exteriores do Patriarcado de Moscovo divulgou, segunda-feira, a declaração dirigida à conferência "Futuro da Europa" que iniciou os seus trabalhos em Março de 2002, devendo durar até o mês de Abril de 2003. O fórum tem por objectivo - fazer a multi-facetada análise de processos integralistas na Europa e definir os vectores do seu desenvolvimento. O relatório final da coerência, com a proposta sobre a reforma da União Europeia (UE) será submetido depois ao exame do Conselho da UE.

A realização da conferência, salienta a declaração da IOR, testemunha o facto de que a UE se encontra "na véspera de grandes mudanças, preparando-se para passar ao novo e mais elevado nível de integração e admitir novos membros da Europa central e do leste.

Neste contexto, a IOR gostaria que, no tratado constitucional da UE, seja incluída a tese de que "para muitos cidadãos crentes, uma fonte de valores universais foram e continuam a ser os mandamentos de Deus, enquanto que para os não crentes seriam outras fontes".

"O alargamento da UE não deve transformar-se em uma expansão dos padrões alheios da cultura e do modo de vida, ou em uma ditadura dos centros do poder da Europa do Oeste", frisa adiante a declaração da IOR. Na UE alargada, prossegue, "cada cultura e cada povo deverão ter garantias de auto-expressão, acesso aos mecanismos da tomada de decisões, sobretudo, referentes ao seu próprio destino.

O Patriarcado de Moscovo opina que o princípio de delimitação das competências entre os poderes centrais da UE, os Estados membros e as regiões poderia garantir a existência de diversidade cultural e espiritual das regiões da UE. Por exemplo, seria razoável "manter a diversidade de legislações que regulamentem o estatuto de família, os problemas bio-éticos e o sistema educacional".

A Declaração ressalta ainda que para "os países de tradição ortodoxa, bem como para certos países ocidentais, seriam inadmissíveis as normas que permitam a eutanásia, os casamentos homossexuais, o tráfico e consumo de drogas, a existência de "casas de tolerância" e a propagação de produtos pornográficos".

Além disso, a IOR salienta a necessidade de preservar a diversidade de modelos das relações entre os Estado e a Igreja na Europa. A Igreja Ortodoxa Russa poderia "desempenhar um papel de perito nas questões relacionadas com a cultura da Europa ocidental nas relações entre a UE e os países da CEI".

© RIAN

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